- Imagem: Ivana Mascarenhas
Rapaz Latino-Americano

Belchior nos palcos, ator reprova separação entre música latina e brasileira: 'Um absurdo'

Em entrevista à Rolling Stone, ator que interpreta Belchior em musical, exalta cultura latino-americana e dá sua opinião sobre cenário da música brasileira

Por Arthur Pazin e Felipe França Publicado em 19/07/2024, às 17h02

'Eu sou apenas um rapaz latino-americano', essa frase é de um dos maiores cantores brasileiros, Belchior, que, com muito orgulho, sempre representou a cena musical do sul global em suas canções. 
O ator Pablo Paleólogo é o responsável por encarnar o eterno rapaz latino-americano nos palcos. Em entrevista à Rolling Stone , o artista exalta a cultura latino-americana e reprova separação entre música latina e brasileira: "Um absurdo". 

 

Imagem: Ivana Mascarenhas

 

Em suas obras, Belchior celebrava o estilo de vida latino-americano. Durante o período da Ditadura Militar e Guerra Fria, o cantor ia na contra mão da cultura de massa musical e valorizava o solo brasileiro. Atualmente, a cena da música é um pouco diferente, onde muitos valorizam apenas artistas internacionais, ou até mesmo, separam a musicalidade brasileira dos demais países da América Latina.

Eternizando Belchior nos palcos desde 2019. Pablo Paleólogo reprova essa falta:


Existe um pouco disso de que divide a música entre música latina e música brasileira, né? E a música brasileira é a música latina. Nós somos latino-americanos, então, essa é uma divisão que eu
particularmente acho um absurdo."

O ator exalta a musicalidade de Belchior e toda sua luta pela valorização da música latino-americana durante as décadas de 1970 e 1980. Pablo analisa que existem particularidades na música popular brasileira e nas demais musicalidades de outros países da América Latina, mas que todas são latino-americanas porque o Brasil está localizado e faz parte da cultura latina:


É óbvio que é MPB é uma coisa, mas a música brasileira é latina [...] Nós somos latino-americanos e ele eternizou isso"

'ESSE ANO EU NÃO MORRO!'

E não é só a cultura latino-americana que Belchior exaltava em suas canções, por ser nordestino, ele também representava essa região do Brasil em suas músicas. Pablo analisa:


Ele dava visibilidade para o povo nordestino numa época em que eles eram invisíveis para o resto do mundo. Nas letras, nas músicas, ele fala: 'o sol não é tão bonito pra quem vem do norte'. Então, ele batia muito de frente com essas coisas, a vida do do imigrante nordestino, não é bonita, não é linda, não é fácil. A vida não é um carnaval, né? É uma porrada mesmo", finaliza. 

O espetáculo Belchior - Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro, encerra neste domingo, 21, sua temporada no Teatro Bravos, em São Paulo. Depois segue em turnê pelo Brasil, com passagem por diversas cidades do país, a próxima é Salvador.

 

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