Embora as acusações contra os trabalhadores não sejam claras, um novo processo lista um gerente de hotel e o homem que ligou para o 911 no momento da morte de Payne como acusados no caso
Por Tomás Mier Publicado em 10/12/2024, às 15h39
Dois meses após sua morte, a investigação em torno da queda fatal de Liam Payne em um hotel de Buenos Aires continua a se desenrolar. De acordo com novos documentos obtidos pela Rolling Stone, o juiz responsável pelo caso acusou dois funcionários, incluindo o chefe da recepção que chamou a emergência. O juiz também determinou que todos os suspeitos no caso sejam interrogados como parte da investigação.
Segundo um novo documento apresentado na segunda-feira, o juiz incluiu o gerente do hotel CasaSur Palermo e o chefe da recepção, que fez a ligação para o 911, como “imputados” — ou “pessoas acusadas” — no caso. O documento solicita que as duas partes sejam notificadas sobre suas acusações, embora ainda não esteja claro de quais crimes são acusados.
Como há razões suficientes para suspeitar que participaram do ato investigado, solicitamos que as seguintes pessoas prestem depoimento”, diz o documento antes de listar os envolvidos no caso.
Dois indivíduos acusados de fornecer drogas a Payne serão interrogados no dia 17 de dezembro, às 10h e 11h, respectivamente. O amigo de Payne, acusado de abandono de pessoa seguido de morte, será ouvido no dia 18 de dezembro, às 10h. Já os dois funcionários do hotel comparecerão ao tribunal no dia 19 de dezembro, às 10h e 11h. Os suspeitos podem se recusar a responder às perguntas por meio de seus advogados. Pelo sistema judicial de Buenos Aires, após os interrogatórios, o juiz deve decidir se os réus serão processados, retirados do caso ou se não há evidências suficientes para tomar uma decisão.
Na manhã de terça-feira, o chefe da recepção do hotel continuava trabalhando no CasaSur hotel. Ele realizou duas ligações para o 911 no momento da morte de Payne, em 16 de outubro. Na primeira chamada, ele informou à operadora que um hóspede havia consumido “muitas drogas e álcool” e estava “destruindo o quarto inteiro”. Na segunda ligação, ele alertou que a vida do hóspede “poderia estar em perigo”.
Em determinado momento da segunda chamada, o recepcionista questiona: “Vocês vão enviar a polícia também ou não?” Após a atendente confirmar que a polícia acompanharia o SAME, serviço de emergência médica da Argentina, ele responde: “Não, não, apenas o SAME. Apenas o SAME.”
Payne morreu devido a múltiplos traumas, hemorragias internas e externas e uma lesão craniana, resultantes de uma queda do terceiro andar do hotel CasaSur, no bairro Palermo Hollywood, em 16 de outubro. Três pessoas — um amigo de Payne, um funcionário do hotel e um suposto traficante de drogas — estão sendo investigadas em conexão com sua morte.
A nova atualização ocorre dias após o advogado do amigo de Payne acusar a promotoria de “graves irregularidades” em um documento obtido pela Rolling Stone. O arquivo afirma que os promotores falharam em revisar imagens de uma câmera próxima ao local onde Payne caiu. O documento também alega que o promotor se reuniu, em particular, com o gerente do restaurante do hotel, que tinha acesso a essas imagens. “Dado tudo o que foi mostrado, fica claro que não houve uma investigação séria, profunda e, pelo menos até agora, uma investigação adequada”, afirma o texto.
Semanas após a morte de Payne, os promotores identificaram álcool, cocaína e um antidepressivo prescrito em seu sistema, de acordo com o relatório toxicológico.
A atualização na investigação surge algumas semanas após Payne ser sepultado em um funeral privado, que contou com a presença de seus colegas de One Direction, sua namorada Kate Cassidy e seus pais. No início desta semana, a namorada de Payne compartilhou um vídeo de 90 segundos no TikTok com o casal, acompanhado da legenda: “Eu te amo.”
Este texto é uma tradução. Leia a matéria original da Rolling Stone americana aqui.
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