A opinião de Brian May sobre Eddie Van Halen

Dois dos guitarristas mais importantes da história do rock chegaram a trabalhar juntos na década de 1980

Por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 11/07/2023, às 19h30
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Em 1978, Brian May já era um guitarrista de renome. Sua banda, o Queen, já havia emplacado discos nas posições mais altas das paradas dos Estados Unidos, Reino Unido e vários outros países. Hits como “Bohemian Rhapsody”, “Somebody to Love”, “We Will Rock You” e “We Are the Champions” já faziam parte do catálogo.

Nada disso impediu May de ficar extremamente impressionado com um músico quase dez anos mais novo que ele. Era Eddie Van Halen, guitarrista da banda que levava seu sobrenome, o Van Halen. À época, o jovem grupo ainda buscava um lugar ao sol com seu álbum de estreia, homônimo, e abria shows do Black Sabbath. A performance era tão boa que, hoje, os próprios integrantes do Sabbath admitem que os colegas estavam arrebentando com eles.

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Brian viu tudo isso acontecer diante de seus olhos, especificamente, durante uma apresentação em Colônia, na Alemanha. O músico do Queen compara o impacto de Eddie, falecido em 2020, ao de Jimi Hendrix, outro revolucionário das seis cordas, conforme destacado em entrevista à Classic Rock.

“Cheguei cedo no show, pensando: ‘quem são e como são esses caras do Van Halen?’. Sentei, fiquei observando e meu queixo caiu. Assistir a Ed foi como assistir a Jimi Hendrix pela primeira vez. Fiquei pasmo.”

Em seguida, os três maiores méritos do artista holandês foram pontuados pelo britânico. A saber: o espírito positivo, a destreza na guitarra e o senso melódico.

“Primeiro de tudo, o espírito do cara. Ed era incrivelmente animado, nada era problema para ele. Às vezes eu fico desanimado, tenho que pensar nas coisas de um ângulo diferente, mas Ed nunca era derrotado por nada. Segundo, a destreza incrível na maneira de mover os dedos – certamente muito mais do que eu. Ele trouxe as técnicas de um tecladista para a guitarra. Alguém como Rick Wakeman (Yes) pode mover seus dedos tão rápido em um teclado. Ed conseguia fazer isso na guitarra.

E a terceira coisa é que ele tinha um verdadeiro senso melódico. Mesmo quando fazia tappings em uma incrível velocidade, você sempre ouvia a melodia. Ele cantava por intermédio da guitarra, assim como Jimi Hendrix fazia. E essa combinação de ser capaz de fazer as coisas de uma maneira muito rápida, mantendo o senso de humor, era única. [...] Tudo isso o colocou em um nível diferente do que já vi em qualquer outro.”

Brian May e Eddie Van Halen

Logo no início da década de 1980, Brian May trouxe Eddie Van Halen para trabalhar com ele em uma nova iniciativa. Era o Star Fleet Project, que gerou um mini-álbum, em 1983, inspirado em um programa de TV infantil. O material será relançado em um box-set luxuoso, celebrando os 40 anos do trabalho. Participaram ainda o baixista Phil Chen (Rod Stewart, Jeff Beck), o tecladista Fred Mandel (Queen, Alice Cooper) e o baterista Alan Gratzer (REO Speedwagon).

“Foi um passo rumo ao desconhecido para mim. Mas foi uma chance de me divertir um pouco, tocar com caras que eu conhecia e gostava e, finalmente, ter a oportunidade de tocar com Ed.”

Aliás, você deve ter percebido que Brian sempre se refere ao guitarrista falecido em 2020 como Ed, né? Durante a entrevista, ele também explica o porquê.

“Ele me disse que não gostava de ser chamado de ‘Eddie’. A fama veio para o Van Halen muito rapidamente, e todas as manchetes eram: Eddie Van Halen faz isso, Eddie Van Halen faz aquilo. Ele disse: ‘Não é assim que eu me vejo. Na família eu sou Edward, ou Ed para meu irmão. Não me identifico com essa coisa de ‘Eddie’.”

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