Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Sofia Carson conversou sobre os bastidores da trilha sonora de Continência ao Amor (2022), além dos planos para tocar no Brasil
Emanuela Lemes (sob supervisão de Eduardo do Valle) Publicado em 25/09/2022, às 17h30
A produção digna de um tapete vermelho e a excelente iluminação na sala de estar de Sofia Carson em uma sexta-feira, cerca de 5h da manhã em Los Angeles, dizem muito mais sobre o altruísmo, a paixão e sua dedicação à carreira de artista do que pensa.
Filha de colombianos, Sofia Carson é uma das apostas mais bem sucedidas do Disney Channel dos últimos anos. A cantora, compositora, atriz e dançarina ficou conhecida após protagonizar a franquia Descendentes (2015), em que interpretou Evie, a filha da Rainha Má de Branca de Neve e os Sete Anões, e desde então, Carson faz a transição para um público mais maduro de maneira tão sutil que apenas quem a acompanha percebe.
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Entrando em uma ligação de Zoom antes mesmo de a maioria das pessoas tomar a primeira xícara de café, Carson está surpreendentemente relaxada – e animada – para iniciar mais um dia intenso de entrevistas, publicidades e cumprir a agenda lotada que vem após um sucesso. Aqui, falando especificamente de Continência ao Amor (2022), o filme mais bem-sucedido da Netflix este ano, além de ser um dos títulos mais assistidos da história do streaming.
Além do longa-metragem para a Netflix, também lançou seu álbum de estreia autointitulado Sofia Carson (2022), em março deste ano. As 10 músicas - seis delas co-escritas pela própria Sofia - são reflexos de sua história e seus maiores modelos de vida.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a artista de 29 anos conversou sobre os bastidores para criar a trilha sonora de Continência ao Amor (2022), os próximos passos na carreira e suas inspirações musicais, além dos planos para tocar no Brasil. Confira na íntegra:
Rolling Stone Brasil: Primeiramente, parabéns pela atuação e pela trilha sonora em Continência ao Amor. Quais foram os desafios que você encontrou durante o processo para compôr as músicas do filme?
Sofia Carson: Escrever a trilha-sonora para este filme foi, igualmente, uma das coisas mais empolgantes e assustadoras que já fiz. Eu nunca tinha feito uma trilha-sonora antes e, por isso, coloquei uma pressão imensa em mim, já que estive trabalhando nesse roteiro e nessa personagem por quatro anos, sonhando com Cassie e com sua música, pensando em cada detalhe de como ela seria e como soaria sua voz.
Quando realmente precisei entrar no estúdio e trazer vida para a sua música, eu estava tão apavorada. Então, o maior desafio para mim, foi lidar com esse medo e me entregar ao momento. Tive a sorte de estar com Justin Tranter [co-produtor e co-compositor da trilha-sonora] meses antes de gravar, mas tivemos apenas uma semana para escrever as músicas e finalizá-las.
Rolling Stone Brasil: Uau! Um prazo realmente curto...
Sofia Carson: De fato. Mas foi lindo e mágico trazer vida à Cassie através das músicas, trazer vida à sua arte por suas músicas e contar a história de Continência ao Amor pela trilha-sonora.
Rolling Stone Brasil: E você teve alguma surpresa durante o processo de criação para a trilha sonora?
Sofia Carson: Olha, eu me considero uma letrista. Eu adoro escrever poesias e canções e uma curiosidade é que eu já havia escrito muitas das letras para as músicas antes de receber o roteiro. Então, minha parte favorita de todo o processo foi poder ligar partes dessas letras à história e a relação de Cassie e Luke, e agora os fãs realmente conectam estes momentos à evolução das letras nas músicas.
Foi um processo extremamente vulnerável, emocionante e harmonioso, e eu não poderia estar mais honrada em ver a recepção do público com as canções.
Rolling Stone Brasil: Falando mais sobre música e vulnerabilidade. Em todas as músicas que você já lançou, incluindo nas faixas do seu álbum, o público realmente consegue sentir suas emoções através da música. Para você, é fácil alcançar este nível de intimidade nas letras?
Sofia Carson: É uma excelente pergunta. Eu sinto que, a medida que eu vivencio e experimento ainda mais da vida, se torna mais fácil ser vulnerável. Hoje em dia, ser vulnerável é empoderador, sinônimo de força, e no passado a vulnerabilidade era considerada uma fraqueza.
Pessoalmente, é uma jornada maravilhosa e é algo extremamente ligado à minha arte. E é engraçado porque, como pessoa, eu sempre fui uma garota mais fechada e mais distante de sentimentos. Mas na música, eu poderia ser honesta, vulnerável e livre. Meus segredos mais obscuros poderiam estar seguros, mesmo que eu os cantasse para uma plateia com mais de 10 mil pessoas.
Rolling Stone Brasil: Há alguma atividade ou alguém que te ajude a se conectar com seus sentimentos?
Sofia Carson: Quando eu estou compondo uma música ou trabalhando em gravações [de músicas, ou filmes], eu sempre me desconecto do mundo exterior. Então, ao chegar no estúdio, eu sempre deixo meu celular no modo avião ou simplesmente desligo, para realmente não me preocupar com nada e estar totalmente imersa com o momento presente.
RS Brasil: Como essa entrevista é para a Rolling Stone, eu preciso perguntar: o que você tem escutado ultimamente?
Sofia Carson: A música que tenho escutado diariamente é "Glimpse of Us", de Joji. É uma música extremamente profunda e emocionante. E com certeza tenho escutado muito a nova parceria da doce Selena [Gomez], "Calm Down". Eu amo "Everyone At This Party", da Camila Cabello, "All Too Well - 10 minutes version", da Taylor Swift. E o novo álbum do Calvin Harris está ótimo, especialmente a parceria com Pharrel Williams e Halsey.
Rolling Stone Brasil: Eu preciso dizer: Por favor, volte para o Brasil! Precisamos ouvir Sofia Carson ao vivo, quem sabe em alguma turnê ou como atração de um festival...
Sofia Carson: Eu sei! Faz tanto tempo. Eu quero muito voltar. Minha equipe e eu estamos tendo conversas sobre o Brasil agora. E eu prometo que estarei aí assim que puder!
Rolling Stone Brasil: Ainda sobre o Brasil: Há algum artista brasileiro que você faria uma parceria?
Sofia Carson: São tantos os artistas brasileiros que gostaria de trabalhar. Especialmente as mulheres. Com certeza, a rainha Anitta.
Na minha infância, meu avô sempre tocava músicas brasileiras para mim, me mostrava vídeos do Carnaval e canções do Caetano Veloso, então seria um sonho realizado ter uma parceria com ele. Na realidade, eu trabalharia com qualquer artista brasileiro, há tanto talento nesse país.
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