Em entrevista, o responsável pela trilha sonora da nova série do Disney+ sobre a música ser um personagem fundamental na trama
Camila Gomes (@camilagms) Publicado em 30/08/2024, às 17h00 - Atualizado em 02/09/2024, às 17h00
Após rodarem o país com a peça O Som e a Sílaba, Alessandra Maestrini (Toma Lá, Dá Cá) e Mirna Rubim (Don Giovanni) estrelam a adaptação homônima do espetáculo de Miguel Falabella (O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu), que acaba de chegar ao Disney+. A produção apresenta a história de Sarah Leighton (Maestrini), uma jovem no espectro autista, que sonha em ser uma estrela de ópera.
A novidade ainda conta com a trilha sonora de Alexandre Guerra, que já assinou projetos como as séries Maysa: Quando Fala o Coração (2009) e Brasil Animado (2011), os longas O Tempo e o Vento (2013) e O Vendedor de Sonhos (2016), e o documentário Laerte-se (2017), entre tantos outros.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, em parceria com o CineBuzz e a Contigo!, o compositor falou sobre o papel da música na condução da história. Confira o papo completo a seguir:
A série também tem uma relação muito forte com a minha área que é a música, porque é justamente uma aspirante a cantora de opera, então isso foi pra mim uma motivação especial. Eu acho que a música tem nessa série um protagonismo, um lugar especial, ela tem um destaque, então ela é muito importante. A personagem da Sarah canta as notas do repertório tradicional de ópera, compositores do século 19, agora minha contribuição foi com a trilho original da série, que dá essa atmosfera, que entra no clima psicológico do personagem, das suas aflições, das suas ansiedades, das suas realizações, é a música que conduz a história.
Pra ser bastante claro sobre o processo todo foi o seguinte, o desenho original dela era pra que não se fizesse música incidental, só se usasse as próprias óperas como a música pra conduzir a série e ai obviamente não tava funcionando você usar mesmo que um trecho original de uma ópera que muitas vezes é muito dramática, como a trilha da série e isso gerou uma apreensão muito grande. Então eu cheguei em uma posição boa, que de certa forma de ajudar a resolver esse ponto.
Quando eu cheguei na série, o início era todo delicado de uma lembrança tava com uma música de "Carmen" de [Georges] Bizet que obviamente não conversa com nada naquela cena. Então quando eu realmente comecei a criar essa música original nós tivemos uma reunião com o Miguel Falabella, apresentei as ideias pra ele e ele ficou muito comovido, porque realmente a coisa tava num momento dramático que a série tava sendo prejudicada por não ter uma música que conduzisse a ação, que fosse uma música feita para série, uma música original. O Miguel foi muito aberto às minhas ideias, pra mim ele foi super entusiasta, super me apoiou, super me autorizou a seguir o caminho para a série.
Ela é um personagem de certa forma porque ela faz o uso da memória. Quando você tem um tema musical, uma melodia, você acaba criando uma memória afetiva do espectador, por associação da memória daquilo. De certa forma, se a gente pensar em uma melodia como uma entidade, algo que evoca uma memória, sim é um personagem. Mas eu acho que o recurso do tema é quase como se você visse a foto de alguém que você já conhece, essa memória auditiva que a gente tem, tem o poder de evocar, inclusive isso é legal porque muitas vezes quando o personagem não está presente em cena você pode se referir a ele ou mencioná-lo só pelo uso da melodia que está associada a ele, então é um recurso muito poderoso.
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