A segunda temporada da série Boneca Russa chegou no dia 20 de abril na Netflix
Julia Harumi Morita Publicado em 24/04/2022, às 11h00
Depois de três anos, Boneca Russa (2019) finalmente ganhou uma segunda temporada. Na última quarta, 20, a Netflix disponibilizou os sete novos episódios da série, os quais levam Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne) e Alan Zaveri (Charlie Barnett) em uma nova aventura temporal.
A Rolling Stone Brasil já assistiu aos novos episódios e separou 3 aspectos positivos e 3 negativos sobre a nova temporada de Boneca Russa. Confira:
Talvez seja um dos charmes da série. Talvez seja só uma questão para a qual os roteiristas não conseguiram encontrar uma resposta. A segunda temporada não repete velhos truques e joga os protagonistas em uma viagem no tempo. Mas, novamente, o ano termina sem explicar o motivo de Nadia e Alan serem escolhidos para ganharem segundas chances de olhar para o passado - neste caso, literalmente - para encarar melhor o presente.
A primeira temporada teve um ótimo final, o qual fechou os ciclos de Nadia e Alan que foram abertos ao longo dos episódios. Assim, muitos se perguntaram como Boneca Russa conseguiria criar uma nova história interessante sem repetir a fórmula dos capítulos anteriores.
Bom, a segunda temporada surpreende ao conseguir trazer uma nova reflexão intrigante por meio de rachaduras temporais. Tudo se torna mais metafórico e Nadia se aprofunda nas dúvidas da própria existência, além de levantar questões potentes sobre a maternidade. Posso mudar minha história? Posso mudar minha mãe? Se pudesse escolher, escolheria outra mãe?
Alan quase não tem relevância na história. O personagem aparece vez ou outra para dar conselhos para Nadia e, de forma breve, faz as próprias viagens no tempo - as quais não acrescenta muito na narrativa principal. É como se a série começasse a se aprofundar no passado dele e, de repente, cortasse a linha de pensamento.
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As queridas personagens Maxine (Greta Lee) e Ruth Brenner (Elizabeth Ashley) voltam com mais destaque na segunda temporada. As duas acompanham a protagonista na busca dela pelo passado da família e Ruth, em especial, ganha profundidade conforme vemos a versão jovem dela e entendemos melhor sua história de vida.
E para quem ficou com vontade de ver mais de Chloe Sevigny, os novos episódios dão mais tempo de tela para a atriz, que interpreta a mãe de Nadia.
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A primeira temporada trouxe uma reviravolta inteligente no final da narrativa, mas a segunda não consegue repetir o feito ou pelo menos criar algo tão emocionante quanto, apesar de trazer imagens bonitas, como o momento em que a protagonista entrega sua versão bebê para a mãe, aceitando a própria história.
Nos últimos anos, muitos - muitos - filmes, séries e discos abraçaram a nostalgia dos anos 1980. Alguns caíram em clichês previsíveis, como Mulher-Maravilha 1984 (2020), enquanto outros conseguiram resgatar a magia da época com sucesso.
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Boneca Russa entra nesse movimento nostálgico, mas não se deixa levar pelos clichês. Afinal, o foco não é mostrar diferenças culturais entre o passado e o futuro, mas levar Nadia para o ano do nascimento dela. Claro, a protagonista traz inúmeras referências culturais, contudo, faz isso de maneira sutil por meio do característico humor ácido dela.
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