- Cena do sucesso 'Matilda' (Foto: Divulgação)

De Matilda até A Fantástica Fábrica de Chocolate: Livros de Roald Dahl terão linguagem alterada

Décadas após as publicações das obras, diversos termos considerados ofensivos serão removidos das obras originais de Roald Dahl

Redação Publicado em 19/02/2023, às 17h00 - Atualizado em 21/02/2023, às 12h31

Em 1964, Roald Dahl publicou A Fantástica Fábrica de Chocolate, uma de suas obras mais famosas, pela primeira vez. Agora, décadas mais tarde, diversos livros do autor serão alterados, para que termos considerados ofensivos sejam retirados.

Natural do País de Gales, Roald Dahl é autor de grandes títulos da literatura infantil, como Matilda, O Bom Gigante Amigo e James e o Pêssego Gigante. Com o passar das décadas, no entanto, muitos dos textos do britânico geraram polêmicas, principalmente por sua linguagem.

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Por isso, o selo Puffin da editora Penguin decidiu adaptar muitos dos títulos originais, a fim de remover alguns dos termos ofensivos presentes nas obras. Palavras como “feio” e “gordo”, por exemplo, foram retiradas dos textos originais, assim como referências a mulheres "femininas".

"As palavras maravilhosas de Roald Dahl podem transportá-lo para mundos diferentes e apresentá-lo aos personagens mais maravilhosos. Este livro foi escrito há muitos anos e, portanto, revisamos regularmente o idioma para garantir que ele continue sendo apreciado por todos hoje", afirma um aviso adicionado às mais recentes edições dos livros do britânico.

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Dessa forma, em A Fantástica Fábrica de Chocolates, por exemplo, o personagem Augustus Gloop passou a ser descrito como “enorme”, segundo a Folha. Já no caso dos Oompa Loompas, termos de gênero neutro foram adicionados e, agora, os funcionários de Willy Wonka são "pessoas pequenas" e não "homens pequenos". A vilã de Matilda, Miss Trunchbull, por sua vez, deixou de ser descrita como a "fêmea mais formidável do mundo" e agora é a "mulher mais formidável do mundo".

Criado em 1983, o texto de As Bruxas também foi alterado pelo selo. Em um dos parágrafos, que afirma que as bruxas usam perucas por cima de suas carecas, a editora adicionou a frase: "Existem muitas outras razões pelas quais as mulheres podem usar perucas e certamente não há nada de errado com isso".

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Ainda segundo a Folha, a Roald Dahl Story Company considera que "não é incomum revisar o idioma" em novas publicações das obras. "Nosso princípio orientador tem sido manter as histórias, os personagens e a irreverência e o espírito aguçado do texto original. Quaisquer alterações feitas foram pequenas e cuidadosamente consideradas", disse a companhia.

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