Como a maior metrópole do mundo foi recriada em detalhes no PlayStation 5
Pablo Miyazawa Publicado em 25/10/2023, às 18h35
O Homem-Aranha é o protagonista do principal jogo lançado para o PlayStation 5 em 2023. Na verdade, são dois Aranhas: Peter Parker e Miles Morales, as duas versões do herói, são os personagens controláveis do recém-lançado Marvel's Spider-Man 2, título desenvolvido pelo estúdio norte-americano Insomniac com exclusividade para o videogame da Sony.
Além da dupla poderosa, há outro elemento-protagonista que faz toda a diferença: Nova York. Mais famoso centro urbano do mundo, a cidade serve como o parque de diversões onde o jogador enfrenta supervilões, cumpre missões de rotina ou simplesmente passeia e aprecia belas paisagens. Com a inclusão de novos distritos, Queens e Brooklyn, a atual versão digital da metrópole tem o dobro do tamanho da apresentada no jogo anterior da série, lançado em 2018 para o PlayStation 4, o que contribui para a sensação de imersão total.
“O Brooklyn e o Queens da vida real são bem maiores, então tivemos de comprimir um pouco as coisas e descobrir como tudo poderia se encaixar para funcionar no jogo”, explica Ryan Smith, diretor de Marvel's Spider-Man 2, em entrevista exclusiva para a Rolling Stone Brasil.
A escolha das novas regiões foi deliberada: de acordo com a mitologia consagrada, cada personagem que veste o traje do super-herói aracnídeo possui uma relação especial com esses distritos. Enquanto Peter Parker vive no Queens, Miles Morales frequenta uma escola no Brooklyn. “Essas regiões menores nos permitiram criar experiências diferentes ao jogador do que se estivesse em Manhattan, o que é muito bacana”, diz Smith. “Tentamos manter as localizações relativas de tudo. Se você seguir na direção norte, com certeza vai encontrar o que estiver procurando. Mas não é um mapa em escala real, já que o Brooklyn de verdade é maior do que conseguimos construir.”
Aqueles habituados a Nova York vão perceber as muitas semelhanças, mas também notarão as ausências de alguns símbolos, como a torre World Trade Center 1, construída anos após os atentados de 11 de setembro de 2001. Isso porque o cenário do jogo é inspirado na versão fictícia da cidade, apresentada nos filmes e quadrinhos: “Nossa ideia é que esta seja a 'Nova York da Marvel', por isso ela traz elementos interessantes, como a Torre dos Vingadores”, diz Smith. “Ao mesmo tempo, fizemos questão de incluir pontos de referência reais que as pessoas pudessem reconhecer, como [o parque de diversões de] Coney Island, e fazer com que as missões nesses locais fossem memoráveis.”
A ampliação do campo de jogo não foi o único aspecto de Spider-Man 2 favorecido pela tecnologia mais avançada do PS5. O poder de processamento e a maior velocidade de carregamento favorecem o deslocamento mais rápido pelo mapa, seja balançando com a teia (ou planando, com as novíssimas “web wings”) ou mesmo com o sistema de “viagem rápida” que permite retornar aos locais em que as missões já foram cumpridas. “Isso permite que você alterne entre os dois heróis quase que instantaneamente”, diz o diretor Ryan Smith. “Isso nos permitiu oferecer uma experiência de mundo aberto mais flexível, na qual você pode escolher com qual dos Aranhas prefere jogar determinada missão.”
Na parte visual, a melhoria é evidente nos detalhes aprimorados dos edifícios, além de efeitos de luz, reflexos na superfície da água, a densidade do tráfego de automóveis e de NPCs e até na quantidade de folhagem das árvores. Para Smith, a combinação de realismo gráfico e velocidade de ação é o que torna a experiência mais próxima do que se espera de um produto feito para a nova geração de consoles.
”A maneira como conseguimos mesclar a sensação de ser um super-herói e deslizar rapidamente pela cidade com a alta fidelidade dos cenários, a densidade dos pedestres e o nível de detalhes que os artistas conseguiram trazer ao ambiente, somado às diferentes linhas narrativas em cada região da cidade… Acho que tudo combina muito bem e ficamosfelizes com o resultado”, comemora.
Questionado sobre a superação de limites tecnológicos em futuros jogos estrelados pelo Aranha, o diretor de Marvel's Spider-Man 2 evita previsões e prefere se ater ao presente. “Acho que continuaremos vendo avanços em fidelidade, realismo e na simulação de como os personagens se movimentam, entre outras coisas”, ele diz. “Criar a experiência de Nova York não é apenas sobre o elemento de realismo. É também sobre viver o sonho de ser um super-herói na Nova York da Marvel.”
Spider-Man 2 continua sua trama a partir das pontas soltas dos jogos anteriores (além do primeiro Spider-Man de 2018, a sequência spin-of Miles Morales, lançada em 2020), mas o estúdio Insomniac garante que não é necessário ter contato prévio com a franquia para o aproveitamento total da experiência. “Uma coisa que sempre mantivemos na cabeça é que este poderia ser o primeiro game do Homem-Aranha que a pessoa vai jogar”, explica Smith. “Então quisemos ter a certeza de que você vai se divertir sem necessariamente ter experimentado os títulos antigos.”
Marvel's Spider-Man 2 já está disponível para o PlayStation 5.
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