Coleção Respeita Minha História, da empresa de Emicida e Fióti Laboratório Fantasma, quer devolver dignidade a pessoas em situação de rua
Redação Publicado em 31/01/2022, às 20h52
A Laboratório Fantasma — empresa criada pelos irmãos, rappers e empreendedores Emicida e Evandro Fióti na periferia de São Paulo (SP) — se uniu à ONG SP Invisível para uma campanha com objetivo de ajudar pessoas em situação de rua na capital paulista. Além de reverter uma porcentagem das vendas do mês de Natal, a LAB convidou 8 pessoas impactadas pela instituição para fazerem parte do ensaio da coleção Respeita Minha História, que chegou ao público nesta segunda, 31 de janeiro.
Com intuito de entender moda além das roupas e criar iniciativas que incentivam comunicação e pertencimento, a coleção Respeita Minha História é composta pelo relançamento de 28 peças incluindo bonés, regatas, camisetas, entre outras peças. A campanha em parceria com a ONG é protagonizada por Rael e Drik Barbosa — também rappers e amigos dos fundadores da LAB —, além de pessoas em situação de rua que dependem da SP Invisível.
De acordo com Evandro Fióti, o número de pessoas em situação de rua triplicou em São Paulo no último ano e o objetivo da Laboratório Fantasma é criar um espaço de reflexão e debate, evitar a invisibilização dos indivíduos e narrativas em um momento de crescente desemprego e crise econômica no Brasil.
"É um absurdo que a capital financeira do Brasil e a maior metrópole da América Latina conviva com tamanha desigualdade. Estamos falando de dezenas de milhares de pessoas (em sua maioria negras); pessoas com sonhos, com afeto, que, pela ganância da elite brasileira, é empurrada para essa situação. É um absurdo e precisamos nos incomodar com essa violenta realidade," disse o CEO da Laboratório Fantasma.
A campanha funciona assim: uma porcentagem das vendas da coleção Respeita Minha História será revertida para a SP Invisível. Além disso, oito indivíduos impactados pela iniciativa Natal Invisível — que deve proporcionar ceias de Natal para mais de 5 mil pessoas em situação de rua e angariar fundos para um banco de alimentos — foram convidadas para o ensaio fotográfico da coleção. Como resumiu Fióti:
O desemprego e a precarização do mercado de trabalho têm feito com que boa parte da população não tenha o que comer. A fome voltou a ser um assunto muito grave em nosso país. O hip-hop salvou as nossas vidas e nós acreditamos que ele é capaz de inspirar a sociedade e transformar essa triste realidade que, infelizmente, é um projeto do Estado Brasileiro. Só de forma coletiva conseguiremos criar fôlego para mudar essa realidade. A vitória precisa ser coletiva, então precisamos nos movimentar de forma coletiva também.
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