No dia em que Gilberto Gil completou 82 anos, a revista Breeza divulgou entrevista com o cantor sobre uso de maconha, da juventude até hoje
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 26/06/2024, às 16h08
Um dos maiores nomes da história da música brasileira, responsável por sucessos como "Esperando na janela," "Andar com fé," "Aquarela do Brasil" e "Palco," Gilberto Gil completou 82 anos nesta quarta, 26, e falou sobre o uso de maconha, que começou durante a juventude, mas ele não tem mais tanta vontade e "coragem" atualmente.
A declaração veio em entrevista para a revista Breeza, especializada no universo da cannabis, na qual o icônico artista baiano explicou como boa parte das experiências da vida dele se basearam em questões da geração.
Coincidência ou não, o aniversário de Gil vem alguns dias após Supremo Tribunal Federal formar maioria para a descriminalização para o porte de maconha no Brasil. Agora, nesta quarta, 26, STF decide qual quantidade de maconha será considerada como de uso pessoal.
"Eu tinha vontades novas na vida, queria descobrir coisas, e para isso me juntar àqueles que praticavam coisas com as quais eu tinha um mínimo de identificação, de atração," afirmou (via Blog do Ancelmo Gois n'O Globo). "Dentre os hábitos da minha geração, um deles era as experiências com expansores de estados de consciência, então eu acho que tava de acordo, compatível com um momento da vida, a minha idade, o meu impulso daquele momento."
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"Foi natural na minha vida que eu tivesse aqueles impulsos e desejos que me levavam àqueles hábitos e práticas," relembrou. "Durante muitos anos experimentei a cannabis, o peiote, o ácido lisérgico, a ayahuasca, experimentei vários transformadores, expansores de consciência porque, afinal de contas, estavam na pauta.
Eram coisas pautadas pelo meu povo, pela minha geração, pelos meus iguais, pelos meus colegas.
Além disso, Gilberto Gil falou sobre a relação dele com as drogas atualmente: "É cada vez menos frequente. Tenho nenhum impulso, nenhuma vontade de forçar os processos de transformação da realidade através de situações mentais porque não tenho vontade disso, não tenho mais. Não tenho inclusive energia suficiente para isso.
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"As transformações de estado de consciência através de substâncias… é uma exigência, pelo menos pra mim, pra minha pessoa e condição, é uma coisa de muita exigência física, exigência mental, então não tenho gosto, não tenho ímpeto e nem coragem pra fazer esses exercícios de expansão mental tão exigentes [risos]," continuou o cantor.
Viver com a quase quietude cotidiana da minha mente e do meu corpo já é um esforço cada vez maior. Com o envelhecimento, com a idade, essas coisas ficam mais difíceis, por isso que falei também da coragem. Não tenho mais coragem de ficar enfrentando todos esses redemoinhos que vêm junto com essas experiências. Ficar quieto já é muito difícil [risos].
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