- Zachary Horwitz em cena de Last Moment of Clarity (Foto: Divulgação / Metalwork Pictures)

Golpista aplica esquema de pirâmide e ganha mais de R$ 3 bilhões 'em nome' da Netflix e HBO

Um golpista dos EUA fingia vender direitos de distribuição internacional - e vivia vida de luxo entre Mercedes Benz e mansões

Baseado em texto de Nancy Dillon para Rolling Stone EUA Publicado em 28/02/2022, às 10h00

Zachary Horwitz, de 35 anos, é o ator de filmes de terror de baixo orçamento quem aterrorizou investidores com um esquema de pirâmide de US$ 650 milhões - baseado em acordos falsos com HBO e Netflix - foi sentenciado a 20 anos de prisão pela polícia federal dos EUA. O bandido se pronunciou como "culpado" em outubro de 2021." Além da prisão, precisará pagar US$ 230 milhões em restituição.

A sentença de Horwitz

"Me perdi," disse Horwitz ao juíz Mark Scarsi antes de receber a sentença. Chamou a si mesmo de "um homem falho e quebrado." Uma mulher sentada com a família dele chorou copiosamente diante da sentença de 20 anos. Uma vítima do esquema, quem serviu um testemunho impactante no tribunal, pareceu feliz com o longo tempo de cadeia, mas balançou a cabeça em desaprovação quando o juíz deu a Horwitz, quem tem dois filhos pequenos, a chance de esperar até 14 de março para ser preso.

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Os advogados de Horwitz pediram leniência durante o vai-e-vem dos argumentos, e tocaram em pontos como o transtorno de bipolaridade e o problema com vício do réu.

O grande esquema

O homem condenado, quem atuou nos filmes independentes The Devil Below (2021) e You're Not Alone (2020) começou o "massivo" esquema Ponzi em 2014, afirmaram os promotores de justiça; ele garantia falsamente que era tão bem colocado na indústria do entretenimento que conseguiria qualquer título da HBO e Netflix (além de outras empresas) para distribuição internacional, e garantia às vítimas de 25 a 40% de lucro nos negócios.

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Na realidade, Horwitz era uma fraude quem usava o dinheiro para garantir uma vida de astro de Hollywood, completa com um jatinho privativo e aluguel de iate, festas em Vegas, carros de luxo e a compra de uma mansão de US$ 5,7 milhões (R$ 29,4 milhões) com piscina, academia e sala de cinema em Beverly Hills, de acordo com as autoridades. O FBI calcula que ele gastou mais de R$ 35 milhões em cartão de crédito, mais de R$ 7,7 milhão para usar aviões e barcos, e mais de R$ 3 milhões em veículos da Merceds-Bens e Audi.

Vítimas do esquema

"O réu comandou o maior esquema Ponzi conhecido na história deste distrito," disseram os promotores baseados em Los Angeles em relatório. "Queimou uma fortuna, viveu uma vida de extravagância à custa das vítimas - incluindo alguém quem acreditou ser amigo deles -  com uma conta de US$ 230 milhões (R$ 1,1 bilhão) que deixou muito deles oficialmente falidos e pessoalmente devastados.

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Três vítimas foram ao tribunal na última segunda, incluindo Robert Henny, um roteirista quem perdeu cerca de R$ 9,3 milhões para o esquema de Ponzi, ao qual ele descreveu como "devastador" e "pesadelo sem fim."

Outras vítimas mandaram cartas de testemunho, incluindo uma viúva de 73 anos cujo marido, veterano de guerra, morreu pelos efeitos do Agente Laranja. Ela contou que cuida de uma filha de 46 anos com necessidades especiais e não podia gastar dinheiro. "Roubou 1/3 da conta da minha aposentadoria," escreveu. "Roubou também a segurança de confiar a alguém meus investimentos. Percebi que nunca vou conseguir ganhar de volta o que nos foi roubado."

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Outra vítima, de 64, perdeu R$ 7,2 milhões: "Precisei voltar a trabalhar para poder ter teto e comida. Nunca vou conseguir trabalhar o suficiente para ganhar essa quantia de novo. Parte da quantia era herança da minha mãe. Fiquei emocionalmente exausto. Choro todos os dias, parei de ver amigos e família por vergonha dessa perda financeira e agora não consigo confiar em ninguém. Não fosse minha fé, teria me suic****."

De acordo com os promotores, Horwitz também enganhou um investidor de Illinois a enviar R$ 7,2 milhões em dezembro de 2018 como um acordo para comprar direitos de distribuição internacional para o documentário Active Measures; o filme existe de verdade e mostra a relação entre Trump e a Rússia.

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Como era o golpe?

Os documentos do caso explicam como Horwitz dava às vítimas cópias - ou falsificações - de direitos de distribuição, completos com assinaturas falsas. Quando a empresa dele, 1inMM Capital, começou a falir em 2019, Horwitz "dobrou as mentiras" e começou a culpar as companhias de streaming - até fez e-mails falsos com "@hbo.com" e "@netflix.com" para enganar os investidores a pensar que o dinheiro deles estava seguro."

Uma das vítimas relembrou os e-mails durante depoimento em corte: "Vi os e-mails [falsos] dos serviços de streamings. Estavam criando auditorias e pareciam muito apologéticos... Quando a verdade finalmente apareceu, o resto de nossas economias tinha sumido.

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