- Maurício de Sousa. (Foto:divulgação)

Maurício de Sousa considera criar personagem gay para Turma da Mônica: 'Está chegando o momento'

Em entrevista, Maurício de Sousa conta que o segredo é 'copiar a realidade'

Redação Publicado em 22/07/2022, às 16h26

Maurício de Sousa considera criar o primeiro personagem gay da Turma da Mônica. A declaração do cartunista veio de uma entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta última quinta-feira,21.

“A homossexualidade é um tema que a gente está discutindo faz tempo e aguardando o que vai acontecer socialmente para que possamos ter personagens gays. Está chegando o momento”, afirmou à Folha de S.Paulo.

Aos 86 anos, Sousa explica que o segredo para a longevidade do sucesso da Turma da Mônica é observar e copiar a realidade com cuidado para não ficar para trás, mas tampouco avançar o sinal, assim Maurício entende a importância de trazer diversidade às suas histórias.

+++LEIA MAIS: Pessoas estão ouvindo mais músicas antigas do que novas, diz estudo

"Eu não inventei nada. Tudo estava ao lado. Só copiei." disse o escritor que se inspirou em seus amigos de infância para a criar Cebolinha e Cascão, enquanto Mônica e Magali surgiram de suas filhas.

Em 2009, a MSP Produções criou Caio, amigo de Tina quem em algumas histórias, indicava ser comprometido com outro rapaz mas mesmo sem dizer abertamente que era gay ou bissexual, o personagem sofreu críticas e Maurício chegou à conclusão de que ainda era cedo para ter um personagem gay.

+++LEIA MAIS: Pacto Brutal: Por que o documentário não ouviu o assassino de Daniella Perez?

Mesmo que demorado, o cartunista não deixou de trazer diversidade para seus personagens. Em 2017, quase seis décadas depois de Jeremias, Maurício criou Milena a primeira personagem negra da Turma da Mônica. A ideia veio de Mônica Sousa, sua filha e diretora comercial do estúdio, quando fãs relataram durante sua palestra na ONU que faltava representatividade negra nas histórias de seu pai.

Personagens PCD (pessoas com deficiência) também estão nos gibis, é o caso de Humberto, mudo, Sueli, surda, André, no espectro autista, Luca, cadeirante, Tati, com síndrome de Down, e Dorinha, que é cega. Os personagens ganham histórias próprias com o objetivo de conscientizar as crianças, seus pais e professores.

+++LEIA MAIS: Luísa Sonza diz estar arrasada sobre morte de fã em show

 


Anos de expectativa

No final de 2021 em uma entrevista à BBC News Brasil (via Metrópole) Maurício já havia falado sobre a possibilidade de um personagem homossexual na Turma.

“Estamos discutindo com os roteiristas, com o pessoal próximo da gente para que haja um personagem positivo. Em todos os sentidos," disse à BBC. 

A demora pode estar ligada a estratégia adotada por Maurício de Sousa desde a ditadura militar, período em que a Associação dos Desenhistas de São Paulo era tida como comunista, e o baniu dos jornais que compravam suas tirinhas.

+++LEIA MAIS: Após clássico de Guns N' Roses tocar em Thor: Amor e Trovão, banda surpreende nas paradas da Billboard

 "Meus personagens são crianças, e criança não mexe com política. A gente não faz ativismo. Tenho que usar o velho recurso da borracha. ‘Apaga.’ Isso é intocável." explicou Maurício em entrevista à Folha de S.Paulo.
turma da Mônica maurício de sousa folha de s. paulo personagem gay

Leia também

Irmãos Menendez, nova temporada da antologia Monstros, estreia na Netflix


Agatha Desde Sempre, nova série da Marvel, estreia no Disney+


Kevin McHale e Jenna Ushkowitz relembram última vez que gravaram 'Glee' com Cory Monteith


30 anos de 'Friends': exposição que celebra série chegará a São Paulo; veja informações


De volta ao Brasil, Akon relembra romance com Nicole Bahls e planeja férias no país


Friends: O que roteirista mudaria se série fosse feita hoje?