Um site estatal da Coreia do Norte usou Round 6 para criticar a Coreia do Sul e afirmar que a humanidade do país “está sendo exterminada”
Redação Publicado em 13/10/2021, às 11h44
A série sul-coreana Round 6 estreou na Netflix em 17 de setembro e em poucas semanas se consolidou como o maior sucesso do streaming. Além de ser assunto principal de debates entre críticos e espectadores, a Coreia do Norte também comentou sobre o seriado — e o utilizou como exemplo para criticar a sociedade da Coreia do Sul.
Round 6 é uma série fictícia e acompanha um grupo de pessoas endividadas que resolvem participar de uma competição mortal em busca de um prêmio bilionário. Segundo a Reuters (via NME), um site estatal de propaganda ao governo norte-coreano usou a produção da Netflix para criticar a “bestial” sociedade sul-coreana.
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O site Arirang Meari publicou em 12 de outubro um artigo para afirmar que Round 6 é um reflexo da sociedade sul-coreana em que “corrupção e canalhas imorais são comuns”. Ainda, a notícia teria citado críticos sul-coreanos de cinema não identificados que elogiaram a produção por supostamente expor a sociedade “desigual” do país onde “pessoas sem dinheiro são tratadas como peças de xadrez para os ricos”.
A notícia do site norte-coreano também afirma que a série da Netflix faz as pessoas perceberem a "triste realidade da sociedade sul-coreana bestial, onde os seres humanos são levados a uma competição extrema e sua humanidade está sendo exterminada."
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Segundo a NME, o site Arirang Meari é conhecido por criticar a cultura e entretenimento sul-coreanos — e, no início de 2021, publicou uma notícia em que falou sobre ídolos do K-pop serem “escravos” e levarem uma “vida miserável”.
A série da Netflix é fictícia, mas é repleta de críticas sociais relacionadas a Coreia do Sul e outros países — inclusive, a Coreia do Norte. Um dos principais pontos de denúncia está relacionado ao mercado de trabalho e as condições precárias em que a população é deixada.
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Round 6, contudo, exagera seus acontecimentos e cenas para trazer uma crítica feroz (e universal) em um universo distópico. Não apenas os personagens são fictícios, como a trama acompanha uma realidade irreal em que um jogo grandioso e mortal é organizado em um local remoto.
Além de restinguir o uso da internet e o consumo de entretenimento no país, a Coreia do Norte impõe punições severas à população flagrada, especificamente, com conteúdo cultural produzido na Coreia do Sul.
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Ao final de 2020, um projeto de lei da Coreia do Norte impôs multas pesadas e sentença de prisão aos cidadãos flagrados consumindo conteúdo, aprendendo a língua ou com alguma característica que remeta ao país vizinho.
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