- Cena de Scott Pilgrim: A Série (Foto: Cortesia da Netflix)
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Scott Pilgrim: A Série desconstrói HQ para criar história totalmente original [REVIEW]

Com base em A Preciosa Vidinha de Scott Pilgrim (2004), quadrinhos icônicos de Bryan Lee O'Malley, anime da Netflix renova a franquia

Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 17/11/2023, às 07h00

Rock and roll canadense, poderes especiais, lutas intensas, personagens únicos e até mesmo veganismo radical são alguns dos fundamentos da HQ A Preciosa Vidinha de Scott Pilgrim (2004), do cartunista canadense Bryan Lee O'Malley. Tudo isso (e mais um pouco) que conquistou fãs nas páginas com desenhos em preto e branco se repete em Scott Pilgrim: A Série, anime dirigida por Abel Gongora e lançada nesta sexta, 17, no catálogo da Netflix.

Antes da animação, a franquia teve uma primeira adaptação: no dia 5 de novembro de 2010 nos cinemas brasileiros, chegava Scott Pilgrim contra o Mundo, dirigido pelo genial Edgar Wright, com elenco memorável, formado por Michael Cera (Scott Pilgrim), Mary Elizabeth Winstead (Ramona Victoria Flowers), Aubrey Plaza (Julie Powers), Kieran Culkin (Wallace Wells), Brie Larson (Envy Adams), Chris Evans (Lucas Lee), Brandon Routh (Todd Ingram), entre outros.

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Apesar de ser bastante fiel ao material original e um dos melhores filmes da carreira de Wright, responsável por Em Ritmo de Fuga (2017) e Todo Mundo Quase Morto (2004), com ótimas atuações, direção, figurinos e fotografia, o longa foi um fracasso na época do lançamento: com orçamento de US$ 60 milhões, arrecadou apenas US$ 47 milhões. Porém, a produção atingiu status cult após chegar para DVD e Blu-ray. Segundo The Numbers, Scott Pilgrim faturou cerca de U$ 28,6 milhões nas vendas de mídia física, pouco mais da metade da arrecadação nas bilheterias.

Como o público e fãs já testemunharam uma adaptação fiel, Scott Pilgrim: A Série vem para mudar completamente a franquia com uma história totalmente criativa, original e até mesmo disruptiva, que surpreende do começo ao fim.

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Qual é a história de Scott Pilgrim: A Série

É bastante complicado falar sobre a narrativa de Scott Pilgrim: A Série sem dar spoilers da trama, que começa como a HQ e filme. O protagonista é um jovem no começo dos 20 anos, que mora em Toronto, Canadá, e namora uma colegial, Knives Chau (Ellen Wong), de 17 anos. Perdido na vida, ele está desempregado e se preocupa apenas em jogar videogame na casa que divide com Wallace (ou melhor, casa de Wallace na qual Scott mora de favor) e fazer som com a banda dele, Sex Bob-Omb.

No entanto, tudo muda quando Scott se depara com Ramona, garota estilosa e do cabelo colorido que se mudou dos Estados Unidos para Canadá. Ele consegue chamar atenção dela e os dois começam um relacionamento. Então, ele recebe um grande desafio (que, no início, não deu muita bola): derrotar os sete ex-namorados dela para conseguir namorá-la. A sinopse mantém o mistério e fica com essa premissa:

Scott Pilgrim encontra a garota dos seus sonhos, Ramona Flowers, mas descobre que precisa derrotar os sete ex-casos amorosos da moça para conquistá-la. E depois tudo fica ainda mais complicado.
Cena de Scott Pilgrim: A Série (Foto: Cortesia da Netflix)

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Logo na primeira luta contra um ex-namorado, o Matthew Patel (Satya Bhabha), acontece algo bastante inesperado - e cabe ao espectador, nos próximos episódios, desvendar toda essa situação inédita que se formou no anime. Porém, o título original da produção (Scott Pilgrim Takes Off) pode te dar uma dica: “takes off” pode significar “decolar,” “sair,” “partir,” “ir embora,” etc.

Scott Pilgrim: A Série é boa?

Se você é, assim como eu, um fã de Scott Pilgrim, tanto das histórias em quadrinho quanto do filme de 2010, não se preocupe! Scott Pilgrim: A Série é ótima. Por mais que se distancie bastante do material original, a nova animação revigora a franquia.

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É um tanto quanto triste, inicialmente, perceber que a história original não será contada ao decorrer dos oito episódios da primeira temporada. Mas é mais legal ainda que vejamos outra perspectiva para esses personagens icônicos… a essência de Scott Pilgrim transborda no anime! Claro, por ser uma adaptação, existe uma certa liberdade para manipular o material de origem, para não saturar essa incrível história criada por Bryan Lee O'Malley, um dos produtores e roteiristas da animação.

Outro fator bastante legal na produção da Netflix é o retorno de todo o elenco do filme, o que ajuda a trazer essa parte marcante do live-action. Na verdade, é como colocar um papo em dia com aquele amigo ou amiga que você não vê há muito tempo.

Cena de Scott Pilgrim: A Série (Foto: Cortesia da Netflix)

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A paixão pela franquia realmente fica evidente, seja com o retorno dos atores e atrizes, ou com o estilo de animação. Assim como a HQ, Scott Pilgrim: A Série vive e respira anime, seja pelos traços físicos dos personagens, cenas de luta elaboradas e complexas ou pelo humor.

Por falar em estilo, a animação é bastante detalhada e bem-trabalhada. Nos quadrinhos, O'Malley muitas vezes optava por planos mais amplos com traços mais simples. Já o anime aproxima a câmera dos personagens, com cores vibrantes e expressões vivas.

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Se for comparar com alguma outra franquia, Scott Pilgrim: A Série seria o que What If...? é para o Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Com Scott ausente em algumas partes, a nova adaptação aproveita para trazer aos holofotes personagens que apareceram pouco anteriormente. Um dos destaques é Knives, Lucas Lee e Wallace. Sem contar Scott e Ramona, esses três ficam bastante próximos do espectador - no caso de Lucas, existe até uma espécie de redenção, visto que antes ele era retratado como um brucutu sem muitas emoções.

O anime de Scott Pilgrim é um prato cheio para os fãs. Com um novo olhar sob a franquia, a série revela como essa história e personagens podem chegar ainda mais longe do que foram. Essa é uma adição de catálogo imperdível na Netflix.

Cena de Scott Pilgrim: A Série (Foto: Cortesia da Netflix)

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