Bon Iver
Will Hermes Publicado em 21/10/2016, às 09h12 - Atualizado em 07/11/2016, às 12h35
Neste esperado terceiro álbum, Justin Vernon, a força motora do Bon Iver, deixa para trás a guitarra folk e entra de cabeça em vocais processados, loops, batidas, samples, sintetizadores e ruídos. Mas, mesmo adentrando nos meandros do pop futurista, Vernon surpreendentemente ainda soa como nos velhos tempos do Bon Iver.
22, A Million é o trabalho de um artista começando do zero. Em “666 ?”, ele parece ter absorvido as orquestrações digitalizadas de Björk. Já a interpretação confessional dele em “8 (Circle)” ecoa “Thinkin Bout You”, de Frank Ocean – de certa forma, este álbum também tem uma alma introspectiva, como a do recém-lançado disco do rapper, Blonde. Os títulos das canções (“00000 Million”, “29 #Strafford APTS”) são apresentados em uma tipografia única e assim reforçam que as abstrações verbais presentes nas letras são apenas máscaras que o artista usa. Do mesmo modo como fazia David Bowie, Vernon modifica a imagem de um jeito elusivo, e ainda consegue trazer realidade às situações que apresenta.
Fonte: Jagjaguwar
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