Redação Publicado em 07/10/2009, às 14h10 - Atualizado às 14h10
Lucas Santtana
Sem Nostalgia
YB/Diginóis
Quarto álbum do cantor e violonista soma canção e invenção
A canção brasileira, aquela movida a violão e um tanto de poesia sofrida, morreu, como anunciou Chico Buarque? A visão moderna de produção, que valoriza timbres e edições sonoras, transformou o meio (arranjo) em mensagem, o estúdio em instrumento, e fez caducar aquela delicada busca de equilíbrio entre letra e melodia? Bom, se nem a bossa nova (com sua obsessão formal com harmonias, andamentos e divisões deslocadas) e a Tropicália (com sua abusada justaposição de climas contraditórios, como rock e bolerão) mataram o charme do cara-melancólico-com-o-violão, não seria a eletrônica a fazê-lo. Lucas Santtana dá em seu novo álbum a melhor resposta, porque consegue ao mesmo tempo a canção inspirada e um quem é quem da produção contemporânea (Rica Amabis, Berna Ceppas, Chico Neves, Buguinha Dub, Gilberto Monte, Gustavo Lenza). E, no processo, desnuda a alma cibernética e multidimensional da morena. Nem a inesperada opção de fazer metade das canções em inglês, de triturar alguns violões em edições frenéticas e de recobrir tudo com ruídos naturais e antinaturais esconde o fato: a MPB continua linda, e o baiano Lucas Santtana é o cara que a toca com gosto.
POR ALEX ANTUNES
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