Mrs. Miller - Divulgação

ACERVO PESSOAL

Redação Publicado em 05/01/2010, às 20h56 - Atualizado às 20h56

Matrona Pop

Imagine uma dona de casa de meia idade, acima do peso e pouco atraente. O sonho dela é ser cantora de sucesso. E mesmo contra tudo e todos consegue realizar esse desejo. Não, não estamos falando de Susan Boyle. O caso aqui é Mrs. Miller, um dos capítulos mais bizarros na história da música popular. Só que existe uma diferença. Susan Boyle sabe cantar. A pobre Mrs. Miller era uma das criaturas mais desafinadas da face da terra. Elva Miller nasceu em 1917 no Missouri e sempre gostou de música, apesar de não ter talento algum. Ela financiou gravações obscuras na área gospel e infantil e seu nome chegou até o radialista Gary Owens. Sua participação inusitada no programa de Owens foi notada pelos produtores da Capitol Records, que assinaram com o intuito de que ela participasse de discos cômicos. O primeiro álbum dela, ironicamente chamado Mrs. Miller’s Greatest Hits (1966), era recheado de canções pop. Inexplicavelmente a voz soprano fora do tom de Mrs. Miller caiu na graça do público e o disco vendeu 250 mil cópias. Sua versão para “Dowtown”, de Petula Clark, até entrou na parada de singles. Miller não se importava que as pessoas rissem dela e seguiu em frente, gravando mais dois LPs (Will Success Spoil Mrs. Miller? e The Country Soul of Mrs. Miller, além de participar de vários programas de TV. Os 15 minutos de fama da cantora passaram e a Capitol a dispensou. Miller ainda gravou mais um disco independente, chamado Mrs. Miller Does Her Thing. Nos anos 70, desistiu da música e dedicou-se a trabalhos comunitários. Morreu em um asilo na Califórnia em 1997, aos 90 anos.

Por Paulo Cavalcanti

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