Foo Fighters

Redação

Publicado em 06/05/2011, às 11h37 - Atualizado às 11h37
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Foo Fighters

Wasting Light

Sony

Grohl enfim acerta suas pendências com Cobain

Não haveria Foo Fighters sem a morte de Kurt Cobain, e ninguém deve pensar mais sobre isso do que Dave Grohl. Após 17 anos, a questão funesta ainda lhe pesa as ideias, e a cada novo álbum fica mais evidente que sua maior motivação é superar fantasmas relacionados ao ex-parceiro. É verdade que muitas das letras de Wasting Light versam sobre o tema (“as memórias continuam a me assombrar”, ele canta em “Arlandria”), porém a leitura atenta das entrelinhas oferece visão menos enegrecida: a real é que Grohl há muito não parecia tão disposto a tocar rock. É fácil dizer que este é o melhor disco do FF desde The Colour and the Shape (1997), mas só porque todos os álbuns posteriores primaram pela irregularidade. Produzido por Butch Vig (de Nevermind, aquele), Wasting Light é equilibrado na histeria e na calmaria. Não há faixa de destaque, o que colabora para o senso de unidade: ao mesmo tempo que faltam hits, não há momentos ruins que forcem a passagem para a música seguinte. “Dear Rosemary” traz o apoio de Bob Mould (Hüsker Dü, Sugar) e soa tão boa que dá a entender que a parceria deveria continuar. “White Limo”, “Rope” e “Bridge Burning”, esculpidas com urros intensos, ganchos cavalares e riffs de três guitarras, remetem ao pique de Foo Fighters (1995). Até os (raros) trechos suaves reservam espaço para a incontida energia do vocalista, que aos 42 anos, grita como se tivesse 21. No desfecho épico de “Walk”, ele canta sobre “aprender a andar de novo”. Bobagem: Grohl já aprendeu tudo o que precisava.

PABLO MIYAZAWA

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