Erasmo Carlos
José Flávio Júnior
Publicado em 15/06/2012, às 13h39 - Atualizado às 13h42Ícone celebra cinco décadas recordando hits e cantando novidades
Por não possuir a voz mais potente do mundo, o Tremendão sempre soou melhor em discos de estúdio. Mas há motivos que justificam este novo registro ao vivo. O principal é que o artista está completando cinco décadas de carreira e um trabalho retrospectivo é quase obrigação. O outro motivo é que com os recentes Rock n Roll e Sexo, Erasmo engatou uma nova sequência de álbuns vigorosos, representada aqui pela arrebatadora “Chuva-Ácida”, pela blueseira “Jogo Sujo” e pela country “Cover”. Mas o grande acerto deste lançamento comemorativo reside na seleção do repertório. Descontada a obviedade da inclusão dos obrigatórios hits da época da Jovem Guarda (que Erasmo nem se quisesse conseguiria abandonar), tudo no roteiro vale a pena ser ouvido novamente. A começar pelo rock consciente “Panorama Ecológico”, de Pelas Esquinas de Ipanema (1978), disco que encerra o período mais cultuado do tijucano, que foram os anos 70. Da fase oitentista, quando ele foi fundo na alma feminina, os destaques são “Minha Superstar” (que o Autoramas ajudou a resgatar) e a cínica “Mesmo Que Seja Eu”, que ganhou ares de hino lésbico após ser gravada por Marina. Marisa Monte e Roberto Carlos dão canjas (ele colaborando para revelar uma estrofe perdida de “É Preciso Saber Viver”), mas chamam menos atenção do que o medley erótico que abre o segundo CD, com direito a “Cavalgada” e “Proposta”. Erasmo ainda comparece.
Fonte: Coqueiro Verde