Redação Publicado em 20/05/2008, às 15h32 - Atualizado às 15h56
Se quando você pensa em Adriana Calcanhoto a imagem que vem à sua cabeça é a de um barzinho cheio de gente usando cachecol, tomando vinho e levando um papo cabeça sobre teatro ou política chegou a hora de rever seus conceitos. Aquela coisa meio "expressão corporal" que sempre acompanhou a cantora continua lá (basta ver a capa e as fotos do encarte), mas a verdade é que pelo menos musicalmente Calcanhoto está tomando caminhos bem mais interessantes e desafiadores. Se renovação era a sua intenção Maré acertou na mosca, a começar pela companhia: Moreno Veloso, Domenico, Kassim, Rodrigo Amarante e outros caras bacanas da nova geração ajudam Adriana a transformar seu som em algo mais original e imprevisível. Nada em Maré é óbvio, a canção que dá nome ao disco é uma espécie de bossa, "Três" é quase um tango, "Porto Alegre" (que conta com o backing vocal de Marisa Monte) parece um reggae torto e o balanço preguiçoso de "Mulher sem razão", a melhor do disco, é irresistível. Aparecem também como convidados, ambos ao violão, os grandes Jards Macalé na balada soturna "Teu Nome Mais Secreto" e Gilberto Gil na bela "Sargaço Mar" de Dorival Caymmi. A economia de instrumentos e crueza de timbres ficam a cargo da charmosa produção de Arto Lindsay. A turma do "papo cabeça" pode até se decepcionar mas "Maré" é de longe o melhor trabalho de Adriana.
Rodrigo Piza
Adriana Calcanhoto
Maré
Sony/BMG
10
05
2008
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