Redação Publicado em 08/12/2009, às 18h48 - Atualizado em 10/03/2014, às 15h37
Weezer
Raditude
Universal
Banda se distancia mais dos fãs devotos em CD falsamente ingênuo
O que consta é que Rivers Cuomo estaria feliz e realizado, e a atual condição estaria influenciando a música que ele escreve. Isso soa óbvio em uma leitura atenta de Raditude, sétimo e mais controverso disco do Weezer. Lampejos de caos, esquizofrenia e desvio de padrão surgem aqui e ali: na nonsense “Can’t Stop Partying”, parceria com o produtor Jermaine Dupri e participação vocal de Lil’ Wayne; e em “Love Is the Answer”, recheada de referências hindus capazes de fazer George Harrison se orgulhar (ou corar de vergonha). Cuomo, síntese do nerd perturbado que deu certo sabe-se lá como, tem treinado para aos poucos quebrar seus próprios paradigmas: em Raditude, ele dividiu a maioria das composições com parceiros externos (sozinho, escreveu apenas duas). Se não influenciaram tanto na sonoridade tradicional, essas parcerias resultaram em um disco democrático o bastante para agradar até a quem nunca deu bola para o Weezer. Foi isso, ou a diversidade de produtores (quatro), ou a atitude positiva e renovada do antes perturbado frontman. Órfãos do Weezer “antigo” vão reclamar, mas nem deveriam: “(If You’re Wondering if I Want You to) I Want You To” e “The Girl Got Hot” são pérolas pop; “Put Me Back Together” remete ao clima soturno do cultuado Pinkerton (1996); “I’m Your Daddy” lembra “Buddy Holly” com pitadas de electro rock. Descompromissado em excesso e no limite da ironia, o discurso de Cuomo pode até ser confundido com ingenuidade. Mas é inegável que poucos compositores de sua geração são tão certeiros quando se dirigem ao público jovem. A questão é que os fãs de longa data do Weezer envelheceram ao longo dos últimos 15 anos. Rivers Cuomo, quase careca, beirando os 40, parece ainda um adolescente.
PABLO MIYAZAWA
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