Patti Smith - divulgação

Banga

Patti Smith

Marcelo Ferla Publicado em 06/07/2012, às 16h31 - Atualizado às 16h33

Cantora reverencia o passado, mas foge da nostalgia

Patti Smith é uma entidade do rock, e por isso mesmo vai muito além dele – como poetisa, escritora, pintora, ativista, musa punk. Banga é um testamento de longevidade e mais um capítulo bem escrito de uma carreira íntegra e tão bem resolvida que, quando as coisas hoje soam como nos tempos de Horses (1975), é porque lá atrás elas apontavam para a frente, e não porque atualmente a artista tenha de recorrer ao passado. A conexão com os novos tempos, ancorada em sublimes spoken words, está explícita em “This Is a Girl”, tributo a Amy Winehouse que também é uma aula de interpretação musical, e na parceria com Johnny Depp, na faixa-título. O passado está presente na banda afinadísima liderada pelo fiel Lenny Kaye (guitarra), na participação especial de Tom Verlaine e em outro tributo, para a atriz Maria Schneider, na pungente “Maria”. Entre passado, presente e futuro, Smith destila poesias que mixam os russos Bulgákov (escritor) e Tarkovski (cineasta), e os heróis folk Neil Young, na releitura de “After the Gold Rush”, e Johnny Cash, ao emular a sonoridade de “Ring of Fire”. Mas, quando ela usa tantas referências, vai muito além da googlelândia. Vai no fundo da alma.

Fonte: Sony

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