Romulo Fróes
Lucas Brêda Publicado em 16/10/2014, às 16h47 - Atualizado às 17h10
Três anos após o lançamento de um labirinto em Cada Pé (2011), Romulo Fróes chega ao quinto álbum solo, Barulho Feio, “quebrando o agogô” e “furando o bumbo”, como diz na faixa-título. O disco é oblíquo e enigmático, construído apenas com guitarra, baixo e sax, sem instrumentos rítmicos. Desde o violão que desafina ao longo de “Não Há, Mas Derruba”, o integrante do grupo Passo Torto encara o amargo da vida, tratando o barulho não como uma explosão sonora de elementos coesos, mas como algo irritante e anacrônico, expresso por dissonâncias instrumentais e ruídos, como pessoas conversando na rua. Barulho Feio é conduzido por uma série de poesias de imagens fortes (“Vida sem gosto, não te quero mais/Mas os animais lambem meu rosto”), em uma busca frustrante pela beleza nos lugares mais improváveis. O momento mais doce fica por conta do entrosado dueto com Juçara Marçal em “Espera”, que logo despenca na angústia de “Ó”, no delírio de “Se Você Me Quiser” e termina com o desespero de “A Luz Dói”, cantada à capela com uma voz grave e lúgubre. Acompanhado pelos músicos Guilherme Held, Thiago França (Metá Metá), Marcelo Cabral e Rodrigo Campos (ambos do Passo Torto), Fróes demonstra brilhantismo ao desconstruir a cadência e a harmonia da MPB e do samba, mergulhando de vez nas esquisitices sonoras que foram levemente cortejadas nos discos anteriores.
Fonte: YB Music
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