Redação Publicado em 07/11/2008, às 19h28
Intimacy
Warner
Ingleses aplicam suas diversas facetas em disco complicado e interessante
enquanto outros grupos britânicos da nova safra simplifi - cam para resgatar velhos acertos (tal como o Kaiser Chiefs), o Bloc Party parece escapar pelo caminho inverso. A impressão que passa Intimacy, terceiro disco em quatro anos, é a de uma banda que não abre concessões nem se esforça muito para ser aceita. A digestão, para os já iniciados na obra de Kele Okereke e amigos, pode ser difi cultosa, dependendo da expectativa. Recheada de efeitos vocais e sintetizadores, a dupla de abertura "Ares" e "Mercury" (que a banda mal dublou na festa do VMB) passa uma impressão distorcida do que vem a seguir. Nelas, Okereke – que além de frontman relutante é um dos grandes cantores de sua geração – brinca com a voz como se mexesse com um instrumento inventado. Já "Halo", com batida sôfrega e guitarras bem combinadas, e a galopante "One Month Off ", remetem à banda que ganhou o mundo com o impecável Silent Alarm (2005). Mas "Biko" corre para um outro lado, mais contemplativo, enquanto "Zephyrus" é conduzida de modo mais etéreo. E a cada nova faixa se chega a uma resposta diferente sobre a direção que a banda quer seguir – uma boa defi nição seria um amálgama entre o pique dançante de Silent Alarm e a grandiosidade roqueira de A Week end in the City (2007). Intimacy melhora a cada audição, mas bem poderia ser mais acessível. O que parece, porém, é que o Bloc Party não está lá interessado em facilitar muito. Que assim seja.
Pablo Miyazawa
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