Redação Publicado em 05/11/2009, às 11h59 - Atualizado às 11h59
Bebel Gilberto
All In One
Verve/Universal
Em sua mistura sonora, cantora apresenta seleção de canções fáceis de digerir
Qual é o elixir da bossa nova? “manter-se velha”, dirá o saudosista conservador, do tipo que compra naftalina no atacado para resguardar a “época boa” da música brasileira. Filha de João Gilberto, o mais próximo de divindade que se tem no gênero, Bebel se filia à ala mais liberal com All In One. Se não chega a derrubar Bastilhas, ela consegue promover pequenas revoluções com sua fusão de bossa, música eletrônica, reggae e world music, tão palatável aos fãs estrangeiros. Provas: “The Real Thing”, reinvenção de Stevie Wonder com mão de Mark Ronson (leia: “produtor da Amy Winehouse”), e “All In One”, que mistura o “la-ri-la” inimitável da MPB a versos dignos de teen apaixonada. Temos ainda “Chica Chica Boom Chic”, releitura de Carmen Miranda, e o decente dueto com Daniel Jobim em “Bim Bom”, exercício de scat bossanovista já gabaritado por Gilberto pai. Faixas que denunciam a força global por trás da produção: do britânico Ronson ao argentino Didi Gutman (Brazilian Girls), passando por John King (Dust Brothers) e Carlinhos Brown, presente nas músicas de sotaque brasileiro mais genuíno. E é justamente aí que mora o perigo: a soma de todas as partes acaba associada ao estilo lounge, aquele que, tal qual bufê de saladas, não cansa o ouvinte, mas também não satisfaz.
POR ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
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