Japandroids
Pablo Miyazawa
Publicado em 10/08/2012, às 14h27 - Atualizado às 14h29Dupla canadense faz rock épico e niilista com apelo para as grandes massas
Com um guitarrista e um baterista, o duo canadense Japandroids elaborou uma fórmula ideal para ser reproduzida ao vivo: canções minimalistas compostas por dois ou três acordes abertos ensurdecedores, bateria ansiosa, frases de efeito cantadas em dupla, disfarçadas de gritos de guerra pacifistas. Post-Nothing (2009), a estreia, seguiu esse menu de cabo a rabo. Já em Celebration Rock (e o título não poderia ser mais adequado), a produção foi encorpada, o senso “lo-fi” foi enterrado e os versos ganharam palavras – poderiam até servir como slogans de autoajuda para pós-adolescentes desbravando a vida adulta. O resultado são oito faixas impecáveis, do primeiro ao último estouro (literal) de rojões: arquitetadas para arrebatar arenas, “The House that Heaven Built”, “Younger Us”, “The Nights of Wine and Roses” e “Fire Highway” exprimem contornos épicos de inacreditável densidade. O mérito de Celebration Rock é maior se levado em conta que foi fruto da maturidade e esforços de só dois indivíduos – o guitarrista Brian King e o baterista David Prowse, que aprenderam a tocar juntos e criaram um estilo que só pode servir ao próprio Japandroids. Com mínimos overdubs, as guitarras soam como paredes sônicas que nunca relaxam, amparadas por batidas que redefinem a ideia de urgência. Tal qual um terceiro instrumento, o vocal sincero de King divaga sobre amores, amizades e noitadas inesquecíveis como um observador experiente que de tudo já viu um pouco. Se o mundo não acabar no final de 2012, está aí a trilha sonora para a celebração.
Fonte: Deck/PolyVinyl