Redação Publicado em 02/09/2009, às 18h02 - Atualizado às 18h02
Cidadão Instigado
Uhuuu!
Independente
Do brega ao experimentalismo, uma viagem repleta de atrativos
“Abram as portas das suas casas, deixem os ladrões entrarem, eles vão tentar levar tudo o que puderem”, instiga Fernando Catatau, cabeça pensante do Cidadão Instigado, em “O Nada”, faixa que abre de forma envolvente e filosófica o terceiro álbum de um dos grupos independentes brasileiros mais celebrados da década. Uhuuu! parte da musicalidade do festejado E o Método Túfo de Experiências (2005) em direção a uma sonoridade mais direta e orgânica sem deixar de lado as principais características do grupo, um caldeirão fervilhante movido a rock psicodélico e música brega, como se Odair José integrasse por um fim de semana o Pink Floyd, reducionismo que se esforça, mas ainda não consegue definir a beleza de “Como as Luzes”, com tecladão espacial e letra comovente, da orgia instrumental da extensa “Escolher pra Quê?” (de quase sete minutos de duração), com solos de guitarra e timbragem retrô, do mix funk arrasador de “Doido”, com batidas e teclados que lembram algo de Franz Ferdinand e trazem ao cabo Arnaldo Antunes declamando maluquices, da explosão espacial “A Radiação na Terra” (Caetano fase Araçá Azul movido a guitarradas) e da conclusão poética “Deus É uma Viagem”. Entre a revolta solitária e a tristeza semi-hippie, o Cidadão Instigado crava outro álbum fenomenal, candidato a um dos melhores do ano.
POR MARCELO COSTA
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Tanto Ódio