Green Day
Pablo Miyazawa
Publicado em 14/12/2012, às 16h45 - Atualizado às 16h47Novo álbum é mera continuação de luxo de disco lançado três meses atrás
O Green Day entende de marketing tanto quanto domina a fórmula do pop perfeito de três minutos. Lançar três discos em seis meses é uma ousadia que eles se permitem cometer: após um começo explosivo e uma rápida decadência, a reviravolta proporcionada por American Idiot (2004) não encontra precedentes na história do rock. É como se a ressurreição concedesse a permissão de fazer algo esdrúxulo, e esse pretensioso descompromisso é evidente em ¡Dos! , tão relaxado e direto quanto ¡Uno! . São canções curtas e pouco grudentas, que não agridem nem saltam aos ouvidos – a acústica “See You Tonight” dá novas cores à voz de Billie Joe, “Wow! That’s Loud” evoca o The Who, enquanto “Nightlife” ganha ânimo com um rap da vocalista Lady Cobra. Se ¡Uno! e ¡Uno! fossem enxugados e lançados como um só disco, talvez o trio comemorasse um de seus melhores esforços. Do jeito que é, porém, este se tornará outro trecho descartável de uma carreira com mais altos do que baixos.
Fonte: Warner