El Camino

Dupla segue em jornada retrô refazendo som que foi popular nos anos 70

Patrick Carney e dan Auerbach fazem música que você já conhece, mesmo que nunca tenha ouvido. As referências de blues, soul, funk de branco e hard rock setentista estão cravadas no inconsciente coletivo de duas gerações de ouvintes e não causam estranhamento nos neófitos, que acham tudo “muito louco”. O risco para essa turma é pensar que a música assumidamente revisionista dos Black Keys é inovadora e inédita. Mas ninguém se importa com isso, uma vez que a proposta aqui é se divertir e gravar como se fosse o ano da graça de 1972. A produção de Danger Mouse reedita os êxitos do anterior, Brothers, ainda que penda muito mais para o rock que para o soul. Canções do calibre de “Lonely Boy”, “Stop Stop” ou mesmo a lentinha e zeppe liniana “Little Black Submarines” parecem compactos perdidos de alguma banda legal que não foi reconhecida em sua época. El Camino é um dos discos do ano. Agora, decidir de qual ano é um problema só seu.

Fonte: Warner