Green Day - 21st Century Breakdown -

21st Century Breakdown

Redação Publicado em 11/06/2009, às 10h54 - Atualizado em 10/03/2014, às 14h10

Green Day

21st Century Breakdown

Warner

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Em meados do século 21, o green day parecia destinado ao ostracismo comum às bandas estouradas na aurora pós-Nirvana. O ressurgimento, em 2004, se deu de modo improvável: com American Idiot, uma ópera rock de pesado teor político que se tornou um dos discos mais influentes desta geração. Era o discurso certo, na hora certa, para a platéia certa – a América decadente de Bush –, e o Green Day se viu de repente redimido de todos os pecados. Tamanho foi o impacto de Idiot, que seu sucessor teria a permissão de ser menos ambicioso. Não que isso fosse difícil: ninguém esperava que uma banda famosa por homenagens musicais à maconha e à vadiagem fosse capaz de fazer um raio bisar seu alvo. Mas Billie Joe Armstrong viciou na sensação de ser aceito simultaneamente por público e crítica. A resposta precisaria ser tão ou mais impactante. E assim foi.

21st Century Breakdown soa como a continuação natural de Idiot, mas há uma clara evolução. Se Idiot trazia certa inconstância, Breakdown não sofre desse mal: coeso e fiel ao discurso, funciona sem obstáculos do começo ao fim. Descontado o ranço guerrilheiro (mais amena, a pauta versa sobre relacionamentos nos tempos atuais), o que sobra é um disco de rock grandioso , bem equilibrado entre a ambição e a simplicidade. No caso do Green Day, o paradoxo não só é possível como é a palavra que define a eficiência com que o trio transmite seu verbo para a juventude (o fato de os três beirarem os 40 acaba por ser irrelevante). As influências são perceptíveis: ecos de Who, Springsteen, Clash e do próprio Green Day de Dookie (1994). Típica dos discos-conceito, a alternância de gêneros torna a audição uma montanha-russa esquizo: há épicos progressivos (a faixa-título), baladas movidas a piano (“Last Night on Earth”) e beats acelerados (“Murder City”) que em nada devem aos hits que os tornaram famosos. Confirmando o que Idiot entregava, Breakdown reafirma o Green Day como o único sobrevivente de sua geração que ainda tem algo a dizer – e sem precisar executar um esforço hercúleo para tanto.

PABLO MIYAZAWA

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