Orquestra Imperial
Mauro Ferreira
Publicado em 14/11/2012, às 20h17 - Atualizado em 22/11/2012, às 14h25Segundo álbum do coletivo carioca tem repertório dominado pelo samba
Em paz com o samba e o suingue nativo, a Orquestra Imperial resiste à tentação vã de reproduzir no segundo álbum a atmosfera carnavalesca de seus bailes. Aos 10 anos, a big band carioca, que aglutina nomes como Rodrigo Amarante e Rubinho Jacobina, explora terrenos íntimos em disco pontuado por arranjos de sopros. Thalma de Freitas convida para folia a dois em “Enquanto a Gente Namora”, parceria com João Donato, de toque latino. O CD reverencia o falecido integrante Nelson Jacobina em repertório dominado pelo samba, celebrado por Wilson das Neves e Moreno Veloso no clima de gafieira que ambienta “A Saudade É que me Consola”. Samba do bamba da velha guarda Argemiro Patrocínio, “Cair na Folia” receita na voz de Duani a batucada para aliviar a dor de amor, exposta também com lirismo em “Ouvindo Vozes”, cantada por Moreno Veloso. “Moléculas” sugere folia particular na voz de Nina Becker e com sopros que se desagregam ao fim, em instante experimental de disco que termina azeitado na batida da cinematográfico instrumental “Mocotó em Tijuana”. A paz jamais ameaça o império rítmico da Orquestra.
Fonte: Ping-Pong