Gogol Bordello

Redação

Publicado em 14/10/2010, às 18h20 - Atualizado às 18h20
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<b>CONFRARIA REUNIDA</b> Hütz (centro) e companheiros desta vez falharam - Divulgação

Gogol Bordello

Trans-Continental Hustle

Sony

Quem tem familiaridade com a banda se frustrará um pouco com o novo material. A mistura de punk com música cigana turbinada por ritmos globais está lá. As letras imperativas, misturando vários idiomas, também. Mas falta o toque de genialidade que acompanha o líder Eugene Hütz desde o final da década de 90. Em Super Taranta! (2007), o cigano Hütz se apropriou de elementos da cultura italiana. Já em Trans-Continental Hustle o país que poderia ser a alma do trabalho é o Brasil, presente desde a tampa de bueiro da capa do CD até os versos de três músicas. O vocalista passou temporadas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, mas não soube se apropriar do que esses destinos têm de mais interessante. Supostamente, “In the Meantime in Pernambuco” seria um frevo. Mas o resultado soa como um samba do gringo doido. Quando executada nas apresentações ao vivo da banda, “Uma Menina” parecia candidata a entrar no repertório de clássicos do Gogol. O produtor Rick Rubin não conseguiu amplificar as qualidades desse fenômeno do underground. O disco não é uma tragédia. Só não empolga iniciados.

José Flávio Júnior

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