Bon Jovi - The Circle -

Maturidade bate na porta da banda de Nova Jersey

Redação Publicado em 08/12/2009, às 19h13 - Atualizado às 19h14

Bon Jovi

The Circle

Universal

No mundo do rock, envelhecer sem cair na banalidade é coisa para poucos. Em geral, é para aqueles que não se importam em viver longe do assédio da mídia ou do calor das tietes. Sem perder este último, Jon Bon Jovi, 47, tem entrado para o seleto grupo em boa forma. Seu novo trabalho, The Circle, concretiza sua migração para os campos menos vaidosos do heartland rock – gênero cristalizado por Bruce Springsteen e John Mellencamp - em que rugas e músicas sobre o proletariado americano garantem o apelo de roqueiros de meia-idade. A mudança soa com naturalidade e o disco traz o rock altoastral que impulsionou a banda ao topo das paradas, mas agora em versão mais turva e amadurecida. O mesmo otimismo de velhos hits como “Livin’ on a Prayer” é almejado em “We Weren’t Born to Follow”, mas o denso acompanhamento da banda e a voz curtida de Bon Jovi transparecem o inevitável realismo adquirido com o passar dos anos. Já não dá mais para cantar a esperança de outrora com a mesma intensidade. Ou, como Bon Jovi diz na nostálgica “Live Before You Die”, “quando se é jovem, se pensa que o sol brilhará/ mas o dia chegará em que se terá de dizer olá ao adeus”. Isso não quer dizer que ele tenha mergulhado no fatalismo. Ainda há romantismo suficiente para boas baladas, como “Superman Tonight”, e a guitarra de Ritchie Sambora – aqui sob forte influência de the Edge do U2 – ainda empolga. Mas a chama do grupo arde mais branda e o roqueiro que um dia decorou as paredes e os sonhos de milhões de garotas adolescentes aqui soa mais como um paizão descolado do que um sex symbol endiabrado. Não importa. Suas fãs já passaram da fase .

ROBERTO NASCIMENTO

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