MDNA

Madonna

PAULO TERRON

Publicado em 13/04/2012, às 10h13 - Atualizado às 10h18
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Madonna - divulgação

Rainha do Pop mantém lugar no trono intacto, mas apenas por inércia mesmo

É fácil e cômodo continuar pensando em Madonna como aquela artista que, até uma década atrás, desafiava os limites da música pop. A lista de vitórias é longa, indo da perda da inocência de Like a Virgin (1984), passando pela ousadia religiosa de Like a Prayer (1989), e atingindo seu cume no sexualmente carregado Erotica (1992). E ela não parou: vieram os artísticos Bedtime Stories (1994) e Ray of Light (1998) e as explosões de pop revolucionário Music (2000) e Confessions on a Dance Floor (2005).

O primeiro sinal verdadeiro de desgaste veio em Hard Candy (2008), quando Madonna pegou a rabeira da música popular contratando Timbaland (e, pior ainda, o sub dele, Danja, na maior parte das canções) e The Neptunes quando ninguém dava a mínima para esses produtores. O som já saiu da fábrica datado. Com o novo MDNA, a coisa melhora – mas não muito. De cara, a cantora separou as músicas mais fortes do álbum para os primeiros singles: “Give Me All Your Luvin’” e “Girl Gone Wild”. A dobradinha, apesar de não ser exatamente original (parte do instrumental da primeira remete a “Beautiful Stranger”, de 1999, e a segunda tem elementos de electro... em 2012?), cumpre o que Madonna propõe no conceito de MDNA: entregar música para dançar. Algumas faixas, entretanto, são específicas demais: será que o ouvinte vai se identificar com o industrial light de “Gang Bang” (e sua letra furtada de “Bang Bang (My Baby Shot Me Down)”, de Nancy Sinatra)? “I’m Addicted”, “Some Gilrs” e “Turn Up the Radio” são dance pop europeu de uma simpatia mediana, mas facilmente esquecíveis – divertidas e longe de serem marcantes. Na tentativa de escrever letras mais pessoais (ou pelo menos mais calorosas), Madonna acaba criando momentos constrangedores como “I Don’t Give A” (claramente sobre a separação do diretor Guy Ritchie) e “Masterpiece” (a deslocada balada vencedora do Globo de Ouro, já lançada na trilha de W.E. , filme dirigido pela artista). Então, talvez o recado esteja mesmo no título: haja MDMA para que se consiga amar este disco. Por outro lado, que outra cantora pop da idade de Madonna conseguiu manter a qualidade ao longo de tantas décadas? A Rainha ainda é digna de respeito – mas não muito mais que isso.

Fonte: Universal

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