Vanguart
Marcelo Costa
Publicado em 12/09/2013, às 18h45 - Atualizado às 18h47Banda de Cuiabá quase esfacelou, mas volta serena
Após a tempestade, surge a calmaria. No caso do Vanguart, o ditado popular não poderia ser tão perfeito. A tensão na produção do segundo álbum, Boa Parte de Mim Vai Embora (2011), quase colocou fim ao grupo, mas eles seguiram em frente, absorvendo traumas e arrebatando prêmios. Após limpar a casa, guardar as facas e secar as lágrimas, o Vanguart retorna renovado em Muito Mais Que o Amor, um disco calmo, romântico, pop e quase feliz. Logo na faixa de abertura, o folk acelerado “Estive”, praticamente uma carta de intenções, a banda convida o ouvinte: “Vou embora, mas vou te levar comigo: Vamos?” Diferentemente dos dois discos anteriores, gravados em Cuiabá, Muito Mais Que o Amor foi gravado no Rio e em São Paulo, com produção assinada por Rafael Ramos, mas não espere por grandes mudanças. Se o desespero e a raiva saem de cena, a melancolia, eterna companheira, permanece admirando a chuva na suave “Demorou pra Ser” enquanto valoriza a renovação do amanhecer em “Meu Sol”, embora não esqueça que “o Diabo é perto, mas Deus é longe”, frase marcante da bonita “Pelo Amor do Amor”. Integrada ao grupo, a violinista Fernanda Kostchak impõe charme a canções que, além das influências tradicionais (folk + Beatles + Dorival Caymmi), namoram a jovem guarda (“Sempre Que Estou Lá” e “Mesmo de Longe”, a segunda cantada pelo baixista Reginaldo Lincoln) e abrem espaço para gaita e bandolim (na curtinha e reluzente “O Que Seria de Nós”), em uma sonoridade que tem potencial para alçar o Vanguart além do cenário independente. Será agora?
Fonte: Deck