Redação Publicado em 08/12/2009, às 16h33 - Atualizado às 16h39
Mallu Magalhães
Mallu Magalhães
Agência de Música/Sony Music
É impossível desassociar de mallu Magalhães a imagem de “menina prodígio” que habita hoje o imaginário popular – aparições desajeitadas em programas de TV e o relativo mistério com que resguarda sua controversa vida privada nada ajudam a modificar um arquétipo não mais representativo da realidade. Em seu segundo álbum em pouco mais de um ano, a metamorfose da jovem compositora é escancarada. A primeira audição é complicada e até chocante. Uma música não parece ornar com a seguinte. Inexistem hits certos e pegajosos aos moldes de “Tchubaruba” ou “J1”. Mallu não fez nenhuma questão de facilitar para seus velhos (novos) fãs.
Mas o mundo de Mallu é assim – uma cornucópia de sons, cores e humores variados que explicita sua ainda pouca idade e a compreensível vontade de abraçar o mundo de uma só vez. À prova de rótulos, o disco de 13 faixas só pode ser adequadamente descrito como “música de Mallu”, tamanho o despudor e a ousadia com que ela flerta com os idiomas, os temas e os gêneros. A apurada habilidade melódica somada à maturidade com que ela versa pelos universos tão distintos do folk, da MPB, do reggae e da psicodelia se revelam atestados insuspeitos de certo grau de genialidade. A posteridade deve vir, porém, muito graças a faixas escancaradamente íntimas e em bem moldado português – a quase-valsa “Te Acho Tão Bonito”, o samba-bossa “Versinho de Número Um”, a bela e dolorida “É Você Que Tem”. Ela própria já declarou considerar cada novo disco um “reflexo do momento”. Temos então um retrato de Mallu Magalhães aos 17, à beira da maioridade, com experiência e maturidade adquiridas em casa, nos palcos, pela vida. Fica evidente que voos mais altos virão. Nesta longa viagem sem volta, somos seus espectadores privilegiados.
PABLO MIYAZAWA
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