Arthur Verocai
Gabriel Nunes Publicado em 12/01/2017, às 16h23 - Atualizado em 16/01/2017, às 10h40
Arthur Verocai é um arquiteto paciente e meticuloso. Parte da sua cautela contumaz se reflete nos intervalos entre cada um dos seus discos – trinta e cinco anos separam o lançamento da lendária (e injustiçada) estreia homônima e o segundo trabalho dele, Encore (2007). Dando continuidade à enxuta porém fértil discografia, o maestro carioca quebra o jejum de nove anos com No Voo do Urubu, terceiro LP da carreira. O álbum revisita o traçado fino de ourives com que foi concebido o debute autointitulado. Isso se nota na destreza dos arranjos orquestrais do compositor, que se entrelaçam magistralmente com as letras das canções. Quanto às palavras, Verocai e seus colaboradores – gente do calibre de Seu Jorge, Mano Brown e Criolo – divagam ao longo das dez faixas sobre temas universais, como o amor (“Oh! Juliana”, com Danilo Caymmi), a dor da perda (“Cigana”, com Brown) e a inexorável passagem do tempo (“O Tempo e o Vento”, na voz do próprio Verocai). No Voo do Urubu é um álbum de muita verve. É corajoso, já que a música erudita cumprimenta a popular e vice-versa: um trabalho que constrói um cartão-postal sinestésico da pluralidade cultural brasileira.
Fonte: Selo Sesc
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