Redação Publicado em 10/02/2009, às 13h21
Os Bossa Nova
Carlos Lyra/Roberto Menescal/Marcos Valle/João Donato
Biscoito Fino
Supergrupo reúne veteranos do movimento cinquentão
Bossa Nova é Carlos Lyra, com aquela voz fininha e um relato cheio de diminutivos, contando, blasé, como ele e Roberto Menescal inventaram a tal bossa nova, assim como quem conta a criação de um drinque de verão: “Fomos, Menescal e eu, de violãozinho, mostrar umas musiquinhas para o Vininha.” Bossa nova é Ronaldo Bôscoli – sem ele a conspirar nas redações das revistas e jornais da época e a aplicar apelidos devastadores nos detratores da bossa nova, por certo não se estaria comemorando cinquentenários. E mais comemorações vêm aí, com ausência do papa João GaGa-a-GoGo, trancado em esquisitices, ocupado em convidar gente morta para suas assombrações e em reclamar de zumbido de mosca. Assim, a bossa nova continua a se propagar em ondas infinitas. A cada onda, porém, o repertório se desgasta mais e mais; se há dez anos certas músicas pediam um descanso, hoje gritam para que as esqueçam. Esse é o medo que dá discos de reunião, de comemoração, de ‘homenagem a Jobim’: a certeza de música desbastada até seus últimos acordes dissonantes. Este Os Bossa Nova é uma delícia instrumental, tropeça nos vocais esgarçados desses senhores de vozes rugosas – que fazer? O tempo não para. Sobe nas partes com Marcos Valle, nos arranjos e teclados, mas no geral segue equilibrado do princípio ao fim.
Rene Ferri
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