Otto
José Julio do Espirito Santo Publicado em 12/08/2017, às 22h15 - Atualizado em 25/08/2017, às 20h19
O novo disco de Otto chega cinco anos após o lançamento de The Moon 1111. Alguns reveses, mudanças – geográficas e de atitude – e uma turnê que fez um apanhado geral de sua carreira pesaram um tanto nesse intervalo acidental. O moderno samba-canção “Bala” abre o disco com a esperança de que “o tempo saberá trazer de volta a vida”. Ottomatopeia diz muito sobre incertezas, solidão e o amor que sempre retorna. Produzido por Pupillo, do Nação Zumbi, o álbum vem bem municiado de participações especiais, e adentra com brilho um território já explorado nos últimos trabalhos. Com uma constante e impecável percussão, as faixas vão do bolero ao rock psicodélico, como “Soprei” e a linda “Caminho do Sol”. O tributo à música brega volta com a indulgente cover de “Vem Cá, Meu Dengo”, da sertaneja Roberta Miranda, e rola até um heavy psych no terreiro com a guitarra de Andreas Kisser em “Orumilá”. “Carinhosa”, repleta de cordas, é um dos carros-chefes deste álbum, no qual Otto não economiza emoção. Ottomatopeia renova a carreira do artista e chega em boa hora.
Fonte: Independente
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