Cícero
Mariana Tramontina
Publicado em 12/09/2013, às 18h51 - Atualizado às 18h53Sem inovar, segundo disco do compositor carioca repete o mesmo clima da estreia
Nos minutos que encerram Canções de Apartamento, lançado em 2011, Cícero brada: “Mas quem se importa? É sexta-feira, amor!” Dois anos depois, ele chega a Sábado, sucessor de um trabalho aplaudido que, naquele ano, correu como uma boa alternativa pelos trilhos da música brasileira. Poeticamente, os dois discos conectam-se pela passagem de um dia para o outro. E, de fato, soam como complementares. As dez novas composições repetem a fórmula das pílulas confessionais sobre amores, saudades, encontros e descobertas, sempre com certa melancolia. Marcelo Camelo, influência assumida de Cícero, deu as mãos ao novato e selou a parceria tocando baixo e bateria. O músico capixaba Silva também participou da construção do álbum, junto com Uirá Bueno (da banda Canastra) e Bruno Giorgi (filho de Lenine). São menos de 30 minutos embalados por uma MPB moderna com leves traços de indie rock e tímidas guitarras sujas, gravados em diversas casas por onde o músico passou nos últimos meses (a mesma fórmula usada em Canções de Apartamento). “Fuga No 3 da Rua Nestor”, que inaugura o disco com dedilhados de violão acompanhados por tambores, abre as janelas para um amanhecer preguiçoso, como se curasse a ressaca da festinha de sexta-feira. Sábado consegue sintetizar a beleza das criações de Cícero, mas não exatamente renova as energias.
Fonte: Deck