Bob Mould
Mariana Tramontina
Publicado em 22/10/2012, às 16h56 - Atualizado às 16h58Ainda no pique, músico mescla energia do Hüsker Dü com as melodias do Sugar
Quando Dave Grohl convocou o ídolo Bob Mould para gravar vocais na faixa “Dear Rosemary”, de Wasting Light (2011), talvez não imaginasse que inspiraria tanto o músico veterano a voltar ao batente. Mould atribui o entusiasmo evidente de Silver Age à experiência que viveu com o Foo Fighters ao longo do ano passado, quando saíram em turnê conjunta. Repleto de riffs memoráveis e com um ar de juventude aflorado, o nono álbum solo de Mould é um passeio por sua própria história musical – do punch robusto do antigo grupo que o fez famoso, o Hüsker Dü, às melodias do trio que liderou nos anos 90, o Sugar, passando pela reflexão típica de seus trabalhos solos recentes. As dez faixas, que se completam em ligeiros 38 minutos, soam familiares, o que é um verdadeiro deleite para os fãs (Jon Wurster, baterista do Superchunk, dá uma contribuição visceral às canções). As guitarras são altas, por vezes quase oprimindo a resistente voz de Mould, que aos 51 anos canta na faixa-título que “nunca é velho demais para conter minha raiva”, deixando o instrumento representar toda a sua agressividade. Vale ouvir “Fugue State”, onde ele rosna “Você esta no meu caminho ?” e a quase balada “Steam of Hercules”. Silver Age abre uma era de ouro para o retorno de Bob Mould e seu estabelecimento para as novas gerações. Ele mesmo parece saber disso e confirma, com o desfecho em “First Time Joy”: “Aqui vamos nós outra vez”.
Fonte: Merge Records