Redação Publicado em 07/11/2007, às 16h04 - Atualizado em 08/11/2007, às 16h06
Música visionária
Cada vez mais distante de seu ponto de origem - o hardcore punk básico que saía dos instrumentos do SOL (abreviatura de Screams of Life) direto da cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul -, hoje o SOL (sem pontos e quase uma alusão à estrela que nos dá vida) trilha um caminho quase deserto, mas com belezas em comum em suas paragens. Essa estrada que é A Força é menos escabrosa do que No Descompasso do Transe, Retalhos do Meu Silêncio (álbum inaugural do quarteto), mas ainda com curvas tão ou mais sinuosas. Seria fácil rotular A Força como post-rock com elementos de MPB e free jazz. Fácil e tíbio. As faixas do novo álbum se sustentam sem definições estanques. "Desejos" é um exercício de projeciologia musicado em que um samba psicodélico se encorpa até se tornar ectoplasma recitando amor e morte. "Tsunami" é uma batucada post-rock sendo levada num vagalhão interminável e a faixa-título é uma aula insana de progressão rítmica. Mesmo que incertas, quanto mais simbólicas as imagens, mais perto se chega de uma definição de sua música. Vale a pena atingir a linha de chegada.
José Julio do Espirito Santo
SOL
A Força
Amplitude
12
10
2007
Angry Cyclist
When Was The Last Time
God’s Favorite Customer
Libido
Liberation
Tanto Ódio