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The Cure - 4:13 Dream

Redação Publicado em 10/11/2008, às 18h13

The Cure

4:13 Dream

Universal/Geffen

Bob Smith continua dark depois de todos estes anos

Não deve ser fácil ser Robert Smith: com quase 50 anos de idade, o eterno líder do Cure mantém inalterada a persona dark que ele criou para si (as roupas pretas, o cabelo armado para cima, o delineador nos olhos), e que transformou sua banda na lenda maior do gothic rock e do pós-punk inglês. Essa persona, óbvio, continua se refl etindo até hoje no som do grupo: 4:13 Dream, o novo álbum da veterana banda britânica, chega depois de um hiato de quatro anos. Na verdade, Robert Smith começou a escrever as canções em 2006 e até rolou um boato de que o material poderia preencher um CD duplo. Pois bem, chegamos a 2008 e aqui está o resultado. 4:13 Dream mostra que o Cure faz questão de não mudar mesmo. Em todas as faixas do CD (produzido pelo próprio Smith e com a ajuda de Keith Uddin) a auto-referência à sua obra passada é simplesmente gritante: basta ouvir "The Only One", com suas guitarras mezzo góticas mas com melodia pop e aqueles gritinhos característicos de Bob, para se lembrar da canção "High" (do álbum Wish, lançado em 1991). Fora isso, há aquelas músicas enormes e de atmosfera agônica ("Underneath the Stars", "The Scream"), que poderiam estar nos primeiros e superiores superiores discos da banda. Um trabalho sem novidades, enfi m. Mas sombrio, muito sombrio, como convém aos tempos atuais. E, na arte de engendrar climas sinistros, Smith continua sendo um mestre insuperável.

Humberto Finatti

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