Belchior
Danilo Casaletti Publicado em 20/03/2018, às 20h56 - Atualizado às 20h57
“É o novo, é o novo, é o novo”, repete dezenas de vezes Belchior em “Mote e Glosa”, composição que abre o seu primeiro LP, Belchior (1974), que agora volta ao mercado no box Tudo Outra Vez (Warner, ????), junto de outros cinco álbuns do compositor. Lançados entre 1974 e 1982, os discos mostram a obsessão do artista cearense em busca de uma nova estação. Em Coração Selvagem (1977), ele diz, na faixa “Clamor no Deserto”, que um “novo momento precisa chegar”, embora reconheça a dificuldade de recomeçar. Em Todos os Sentidos (1978), ele canta a “Divina Comédia Humana”, em que “nada é eterno”. Belchior (1979), além do hit “Medo de Avião”, traz o cantor pedindo que o homem sangre e tente inaugurar “uma vida comovida”. Em seu disco mais introspectivo e menos comercial, Objeto Direto (1980), ele faz um mergulho na alma humana, escorado pelos seus poetas favoritos, como Carlos Drummond de Andrade e Castro Alves. No sentido oposto vai Paraíso (1982), com sonoridade mais pop, no qual empresta a sua característica voz a ideias de outros compositores, entre eles Guilherme Arantes e Arnaldo Antunes.
Fonte: Warner
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