¡Uno!

Green Day

Pablo Miyazawa

Publicado em 22/10/2012, às 16h58 - Atualizado em 23/10/2012, às 15h01
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Green Day - Divulgação

Trio resgata origens punk pop com criatividade

A crise de meia-idade fez bem ao Green Day. Só isso justificaria a existência de ¡Uno! e seu resgate da abundância criativa da metade dos anos 90 – a dizer, músicas pegajosas e despreocupadas em álbuns redondos como Dookie e Insomniac. As pretensões ópera rock de American Idiot (2004) e 21st Century Breakdown (2009) ficaram para trás. Conceito mesmo, só na ousadia de lançar três discos em seis meses (¡Dos! sai em novembro; ¡Tré! , em janeiro). É o Green Day inspirado que os fãs nem pensavam existir mais.

E poderia ser diferente. Billie Joe Armstrong já é um quarentão – cantar sobre tédio, maconha e corações partidos talvez não fizesse mais sentido. Felizmente para ele e seus comparsas (o baixista Mike Dirnt, o baterista Tré Cool e o guitarrista de apoio Jason White), o Green Day é uma banda que lida bem com seus estigmas e características. Ainda que revelem certa apatia (cansaço?), as 12 canções de ¡Uno! São frenéticas (“Let Yourself Go”), têm guitarras inspiradas (em “Troublemaker”, BJ evoca o virtuosismo dos primeiros discos) e fazem justiça melódica aos bons momentos do trio. Há exceções, como “Kill the DJ”, tentativa capenga de evocar o Clash, mas o resultado geral é acima da média do próprio Green Day. E no mês que vem já tem mais.

Fonte: Warner

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