Stephen Malkmus and the Jicks
Pablo Miyazawa Publicado em 14/02/2014, às 22h33 - Atualizado às 22h36
Endereçado aos fãs, sexto álbum do ex-líder do Pavement mantém imprevisibilidade
Stephen Malkmus nunca se importou muito com a opinião alheia, e isso está bem evidente em Wig Out at Jagbags, o sexto álbum dele com o Jicks após o fim do Pavement (e pode acreditar, a carreira solo de Malkmus já é mais prolífica do que a da banda que o tornou famoso). Aos 47, ele continua a ignorar as estatísticas e as próprias tradições, e assim como já havia feito em Mirror Traffic (2011), deixou as faixas longas e o virtuosismo em segundo plano, optando por formatos mais concisos – o que não quer dizer que as músicas mais curtas agora sejam de fácil digestão. “J Smoov”, delicada e adornada por sopros, é o mais perto de uma balada soul que Malkmus poderia chegar. “Chartjunk” soa como o elo perdido entre o indie noventista e o rock de FM dos anos 70. “Shibboleth” parece uma paródia sacana de Pixies. E “Lariat” é a prova de que aquele notável talento para gerar singles de apelo irresistível continua intacto. As faixas foram lapidadas durante a temporada que o músico morou em Berlim e gravadas na Bélgica, mas nem tente procurar alguma influência europeia: Wig Out... é um trabalho típico de Stephen Malkmus, talvez o mais compacto e pé no chão que ele já cometeu, ainda que estilisticamente imprevisível, sonoramente viajante e liricamente estapafúrdio. Não é o disco para arrecadar novos seguidores, mas deixará os fãs torcendo para que essa fonte criativa jamais se esgote.
Fonte: Matador
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