<b>NASCIMENTO DO MITO</b> Grande Otelo chega ao mundo como Macunaíma - DIVULGAÇÃO

Joaquim Pedro de Andrade - Obra Completa

Redação Publicado em 10/07/2009, às 17h18 - Atualizado às 17h54

Antropofagia Verde-Amarela

O mundo colorido e bem brasileiro do diretor de Macunaíma ganha merecida caixa

Os 14 filmes do diretor estão acomodados em seis discos. Ninguém traduziu em cinema a salada de frutas de nossa cultura com mais ironia que Joaquim Pedro. Macunaíma (1969), com Grande Otelo e Paulo José em grande forma, é visto como o seu auge cinematográfico, mas o que dizer da tradução que fez do mundo de Dalton Trevisan em Guerra Conjugal? Ou de Carlos Drummond em O Padre e a Moça? Joaquim Pedro não economizava temperos na hora de encenar a comédia humana tupiniquim. Assim, criou a antológica cena da orgia em volta de uma piscina cheia de feijoada em Macunaíma e a divertida transa de Cláudio Cavalcanti com uma melancia no impagável Vereda Tropical. Por trás do desbunde artístico havia sempre uma conotação política forte e alegórica. Imagine em plena ditadura pôr o então cabeludo José Wilker como Tiradentes gritando contra a ordem corrupta e depois mostrar os militares se curvando à estátua do rebelde? O Brasil dos contra-sensos está no cerne de toda a obra do cineasta, que até mesmo na hora de rodar um filme-elegia para Garrincha não conseguiu mostrar o jogador como santo. O trabalho de resgate e restauração dos longas e curtas do cineasta é meticuloso e precisa ser apreciado sem pressa.

POR HAMILTON ROSA JR.

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