Redação Publicado em 10/07/2009, às 16h47
Denis Gansel
Jürgen Vogel, Frederick Lau
Cineasta estuda ecos do fascismo na Alemanha de hoje
Em 1967, em um colégio burguês norteamericano, um professor desenvolveu em classe um exercício para estudar a autocracia. Em menos de cinco dias, estabeleceu-se uma estrutura ditatorial que levou a uma morte. Esse caso real foi transportado pelo diretor Denis Gansel para uma fictícia cidade alemã dos dias de hoje e resultou em A Onda. O professor interpretado pelo ótimo Jürgen Vogel não consegue controlar seus alunos, que partem para a aplicação de uma ideologia de pretos e brancos, sem meios-tons. É evidente que Gansel busca nessa premissa estudar os ecos fascistas na Alemanha de hoje, mostrando como o ser humano se torna uma besta autoritária. A mesma ideia foi explorada pelo também alemão Oliver Hirschbiegel em A Experiência (2001), ambientado em uma prisão. O cenário estudantil é positivo para as intenções de Gansel, que realizou um filme de cortes secos e trilha sonora marcante para seduzir o espectador jovem. Mas o alcance do roteiro se limita por causa dos clichês aplicados – cada aluno corresponde a um estereótipo social. Se Gansel não tivesse romanceado os personagens, a mensagem política seria mais contundente.
POR CHRISTIAN PETERMANN
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