Jovens, Loucos e Mais Rebeldes

Depois do épico intimista Boyhood: Da Infância à Juventude, Richard Linklater volta ao universo colegial de Jovens, Loucos e Rebeldes (1993), desta vez elegendo como protagonistas os jogadores de um time universitário de beisebol do começo da década de 1980. A trama, à primeira vista, parece apenas reproduzir a lógica de comédias adolescentes sem conteúdo, com cenas cheias de piadas sexistas, mas na realidade esconde as observações do diretor sobre os rituais e o modo de viver dos norte-americanos. Linklater está mais interessado no dia a dia banal daquelas pessoas do que nos grandes eventos de suas vidas. O maior trunfo aqui, no entanto, é a gama de leituras. Quem quiser ver a superfície e a nostalgia pode ficar à vontade para viajar ao som da trilha sonora. Quem preferir prestar atenção à filosofia das entrelinhas encontrará uma maneira bonita de encarar as diferenças pessoais de cada personagem.