Michel Hazanavicius
ÉRICO FUKS Publicado em 09/02/2012, às 10h08 - Atualizado em 24/02/2012, às 21h57
Técnicas do cinema mudo são revividas para retratar as transformações de uma época
Depois de homenagear os filmes de espionagem com a comédia Agente 117, o diretor Michel Hazanavicius volta à Hollywood de 1927 para mostrar os bastidores do universo artístico. Era uma época de transição: o cinema mudo começava a entrar em declínio e o cinema falado estava nascendo, dando a oportunidade a novos talentos e novas formas de expressão. Esse período de transformações é sintetizado na figura de George Valentin, um famoso e decadente ator, e Peppy Miller, uma coadjuvante em ascensão. Mas o filme abafa as questões políticas e aproxima-se do estilo brando e pseudoingênuo do começo do século passado, principalmente na forma: mudo, em preto e branco, com orquestra ao vivo e intertítulos escritos no lugar dos diálogos. No começo, tem-se a impressão de paródia, quando a metalinguagem filme-dentro-do-filme cria um distanciamento. Mas, à medida que se mergulha nos conflitos pessoais, o filme ganha contornos de um tributo que usa a beleza das imagens que a própria vida do cinema apagou.
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